Archive for 2012

A link to the past [1]



- Mamãe, por que temos que decorar a casa no fim do ano?

Richard, ainda criança, ajudava seus pais a decorarem toda a casa, tanto por fora como por dentro, pra celebrar o fim do ano. Samantha riu com a pergunta do menino, segurando-o para colocar um enfeite em um enorme pinheiro que havia no quintal da casa, enquanto Joseph tentava desenrolar metros de lâmpadas decorativas.

- Porque faz parte da tradição, querido, todos decoram suas casas com enfeites e luzes na esperança que toda a beleza e alegria que é passado por eles continuem pelo resto do ano seguinte.

- Mas então por que tiramos os enfeites depois? Se eles continuarem lá a alegria não fica também?

- É, isso realmente seria mais fácil... – resmungou Joseph – Staraptor, puxe aquela ponta que eu já desenrolei para não misturar com o resto.

Humanos e Pokémon estavam em harmonia, rindo e ajudando-se, mas o menino ainda não estava satisfeito com a resposta. Mesmo gostando desta época do ano, ainda não entendia o porquê de tanto alvoroço. Samantha, conhecendo muito bem o filho que tinha, o pegou e o girou no ar, fazendo-o rir e brincando com ele como raramente fazia devido ao seu importante cargo na região.

- Quando a mamãe era pequena, ouviu uma história sobre as luzes do fim do ano.

- Uma história? – e os olhos do menino brilharam.

- Sim, você quer ouvir?

- Quero!

Ela sentou-se na grama, colocando-o em seu colo, enquanto Ampharos corria para sentar-se ao lado de sua mestra também. Richard adorava ouvir as histórias de sua mãe sobre as lendas e tradições da região, olhando para as estrelas quando ela apontou para o céu:

“Há muito muito tempo atrás, todas as ilhas de Oblivia eram cobertas por neve. As pessoas viviam com frio e precisavam se esforçar muito para encontrar comida. Seus fins de ano eram gelados e sem alegria, pois elas não tinham mais esperança. Nem as estrelas podiam ser vistas devido as nuvens das nevascas, mas então, um menino...”

- Um menino igual a mim?

- Sim, um menininho muito esperto igualzinho a você. – e lhe fez cócegas.

“... E então, um menino, que estava muito triste por nunca ter visto as estrelas, olhou para o céu e viu uma luz no alto de uma montanha. Ela era colorida e forte, deixando-o encantado! Ele correu e chamou sua família, mas quando todos chegaram, ela já tinha sumido. O menino ficou muito triste, pois acabou fazendo papel de mentiroso.

Na noite seguinte, olhando pela janela de sua casa, viu novamente a luz brilhar, exatamente no mesmo lugar de antes, então, disposto a provar que o que falava era verdade, resolveu ir em busca da luz para trazê-la para sua família. Pegou suas roupas mais quentes e saiu sozinho no meio da noite, apenas na companhia de seu amigo Spheal.

Os dois enfrentaram nevascas intensas, além de terem de fugir de vários perigos da floresta, e quando finalmente conseguiram escalar a montanha, a luz não estava lá.”

- Não?! – disse o menino indignado.

- Sim, mas calma que a história ainda não acabou...

“O garotinho ficou muito triste, sentando-se em cima de uma rocha bem grande e começando a chorar:

- Eu só queria mostrar a luz para a minha família...

Mas então, de repente, algo brilhou tão forte que fez o menino cair da rocha, escondendo-se com medo. O brilho era quente, fazendo-o sentir-se como se estivesse no colo de sua mãe, e quando olhou, era um enorme cristal flutuante. Seu brilho era colorido e intenso, assim como a luz que via de sua casinha. Com muito medo, aproximou-se e, com cuidado, tocou no cristal e, na mesma hora, vários feixes de luz se espalharam pelo topo da montanha, tirando todas as nuvens e mostrando um céu cheio de estrelas. O menino ficou maravilhado, nunca havia visto tantos pontos brilhantes em sua vida.

Enquanto admirava o céu, escutou um piado bem alto, e quando se virou, três aves enormes saíram de dentro do cristal e pousavam no alto da montanha, uma bem diferente da outra. A primeira era de um azul muito bonito, como o azul dos lagos cristalinos, tinha três cristais de gelo na testa e uma longa cauda azul de uma pena só. A segunda era amarela com as asas pretas, suas penas eram todas espetadas e tinha uma cara zangada, mas na verdade não era. E a terceira também era amarela, e em todo o seu corpo queimava uma chama quente e forte, mas que não machucava ninguém.”

- Esses eram Articuno, Zapdos e Moltres, não eram mamãe?

- Sim, garotinho esperto, eram eles mesmos! – riu abraçando-o carinhosamente.

- Esperto como a mamãe e forte e bonito como o papai. – vangloriou-se Joseph sentando-se ao lado da esposa.

- Sim, bem forte como o papai! – riu jogando-se em cima do homem – Continue a história, mamãe.

- Sim, sim, mas ela já está no fim.

“O menino admirava cada uma das aves, totalmente imóvel, até que uma delas deu um passo à frente, dizendo.

- Muito obrigado, humano, você nos libertou de décadas de aprisionamento.”

- Mamãe, mas Pokémon não falam.

- As aves guardiãs são Pokémon lendários, de vez em quando conseguem falar com as pessoas, mas só com pessoas especiais.

“- Somos muito gratos por ter nos libertado, pequena criança.

- Mas por que vocês estavam presos dentro de um cristal? – perguntou o menino

- Há vários séculos atrás, brigamos entre nós por poder. – disse Articuno

- E isso só trouxe desgraça para todos, humanos e Pokémon. – respondeu Zapdos.

- Como castigo, fomos presos juntos neste cristal, e assim o clima da região entrou em colapso. – falou Moltres.

- Mas, desde então, surgiu a lenda de que seríamos libertos por alguém de coração puro que atenderia ao nosso chamado, ou seja, as luzes.

- Graças a você poderemos voltar para nossas áreas e reestabelecer o equilíbrio de Oblivia.

- Todos ouvirão de você, saberão de sua coragem, e isso servirá de exemplo para as gerações futuras, de quando a ganância foi derrotada e a luz brilhou no coração de uma criança.

O menino não sabia nem o que pensar naquela hora, estava tão maravilhado com aquelas enormes aves, e pensar que o que fez foi importante para toda a região e que seria conhecido por todos estava além de sua capacidade de raciocínio. Os três Pokémon, de forma majestosa, levantaram voo, sendo que o garoto foi de carona nas costas de Articuno.

Ao chegar em sua casa, nem mesmo sua família acreditava no que via, e a última coisa que o Pokémon falou antes de sumir nos céus foi:

- Cuidem bem dessa criança, e se lembrem deste dia, de quando a luz foi vista na escuridão.

Articuno encerrou a terrível e longa era de gelo, puxando toda a neve para sua casa no alto do Mt. Sorbet, Zapdos, com seus trovões, trouxe a chuva para a terra, voltando para o alto do Mt. Layuda e Moltres fez o sol brilhar novamente, indo depois para o quente Mt. Faldera.

Depois deste dia, todas as pessoas começaram a decorar suas casas com luzes coloridas para lembrarem de como elas ajudaram a vida de todos.”

Ao mesmo tempo em que Samantha terminava de contar a história, Ampharos ligou as luzes da árvore, deixando toda a área iluminada. O menino olhava admirado para tudo aquilo, imaginando como seria ver guardiões tão importantes, bocejando logo em seguida.

- Acho que alguém está com sono. – falou o homem.

- Não, não estou. – protestou Richard – Mamãe, se nós formos até o alto do Mt. Faldera vamos encontrar Moltres lá?

- Não sei querido, ninguém nunca o viu, e se ele realmente está lá, deve estar bem escondido. – riu pegando-o no colo – Mas agora chega de histórias, hora de dormir.

Sem relutar, o menino deixou-se ser levado até sua cama, onde deitou cansado e sonolento. Joseph o cobriu e lhe deu um beijo de boa noite, vendo-o se agarrar a um Entei de pelúcia, indo para a porta do quarto, enquanto Samantha continuou do lado do filho, esperando-o dormir.

- Mamãe?

- Fale Richard, estou aqui.

- A história sobre as luzes é verdade?

- Se é verdade ou não, não importa, e sim que não deixemos a escuridão tomar conta de nós, mas se você acreditar, então ela é real.

Ela o ninava carinhosamente, cantando algo que o menino não entendia, mas gostava de ouvir, porém, de repente, um alto apito ecoou no quarto, fazendo-o se assustar. Quando virou, viu o pai tentando abafar o som de um comunicador preso ao seu pulso, ouvindo o mesmo apito vindo do comunicador de sua mãe logo em seguida.

- Ah, eu não acredito... – bravejou Joseph – É urgente.

- O que foi? – perguntou o menino sonolento.

- Problemas na Layuda Island, precisamos ir lá. – disse a mãe.

- Vocês vão demorar para voltar?

- Não sei querido, parece ser sério.

- Mas nós não terminamos de decorar a casa! E se os guardiões ficarem chateados quando não virem todas as luzes?

O casal sentiu um forte aperto no peito por ouvir tais palavras do menino, que estava sentado em sua cama e com olhos chorosos. A mulher se levantou pensativa, mas sentiu que ele a abraçava com força, retribuindo o ato e sentindo lágrimas escorrerem em seu rosto. Joseph também se aproximou e abraçou a família, mas então seu comunicador apitou novamente.

- Desculpe filho, mas eu e a mamãe precisamos ir.

O casal saiu do quarto e, em poucos minutos, estavam na sala, já com seus uniformes e prontos para partirem. Richard desceu e correu até seus pais, tentando impedi-los de irem embora:

- Por favor, não vão! Vocês falaram que não iriam no trabalho!

- Eu sei que estávamos de folga, filho, mas nós precisamos ir, as pessoas e Pokémon dependem de nós.

- Então deixem eu ir junto, prometo não fazer nada!

- Não, é muito perigoso! Você vai ficar dentro de casa quietinho até nós voltarmos, e aí terminamos de decorar a casa.

- Querida, vamos no Flygon, assim chegaremos lá mais rápido.

- Não! – gritou, vendo que seus pais o olhavam – Deixem o Flygon aqui comigo, por favor...

Joseph sabia que precisavam ir logo, e não sabia se Staraptor aguentaria o peso de todos, mas ao ver os olhos chorosos do seu filho, não teve escolha.

- Tudo bem, o Flygon fica aqui do lado de fora para te fazer companhia.

O pai abraçou o menino com força, assim como sua mãe, e logo depois partiram. Richard olhava na direção em que eles foram até sumirem de vista, secando seu rosto e se aconchegando entre as patas do Pokémon, que o acolheu. Estava triste por não poder ter ido com seus pais, por não terem terminado a decoração da casa, por não saber se a história contada por sua mãe era real ou não, mas principalmente, por não poder ter seus pais ao seu lado o tempo todo, como outras crianças.

Quando pensou em voltar para sua cama, porém, escutou um piado diferente do que ouvia pela manhã com os Pokémon pássaros, olhando para o alto e vendo uma enorme ave azul cortar o céus com toda sua majestade. As estrelas destacavam-se no céu, mas uma em particular brilhava de forma intensa, podendo ser visto feixes coloridos dançarem junto com pássaro. O menino, boquiaberto, admirava tudo com tamanha alegria que mal se movia.

- Era verdade...

Um pequeno e único floco de neve veio dançando com o vento, caindo em seu rosto, enquanto a ave desaparecia na escuridão da noite, que estava tão iluminada e colorida como o dia.

Art by: Articuno

Aulas Rangers



Quem não tem curiosidade em conhecer o misterioso mundo dos Ranger? E que tal aprender isso ao lado de uma professora bem diferente, tanto quanto seu assistente?

Esta coluna lhe ensinará todos os segredos desta classe pouco conhecida, além de trazer curiosidades e afins, mostrando do quê um Ranger é capaz. Então está esperando o quê? Pegue papel e caneta e prepare-se para a aula, antes que você tenha que fazer uma prova surpresa!




OBS: Informações tiradas (e baseadas) do Bulbapedia, ao ótimo site seus devidos créditos.

A link to the past



Você já se perguntou como era a vida de Richard com seus pais? E como eram as fugas de Ellie antes de encontrá-lo? A link to the past significa "Um elo com o passado", e é exatamente isso que será mostrado aqui. Nada melhor do que descobrir o passado dos personagens para conhecê-los verdadeiramente. Capítulos onde serão mostrados um pouco da rotina e convivência de cada um dos personagens, alguns com grandes revelações, outros apenas com um fato corriqueiro do dia a dia.

Embarque com Celebi no túnel do tempo, volte ao passado e entenda o elo que ele faz com o futuro e porque isso se torna tão importante.



Papercrafts


Separe papel e cola e venha aprender a fazer os mais diversos Papercrafts, dos mais variados modelos, tamanhos, cores e dificuldades. Entre neste mundo 3D em papel e crie seus próprios personagens!

Detalhe: todos os modelos aqui postados já foram feitos por mim.

  • Entrando no mundo do Papercraft
  • Paper toys
  • Pokéballs
  • Mario Coin
  • Game Boy Color + Cartuchos
  • Wii + Wii Remote


O Cartucho Nosso de Cada Dia


Gosta de jogos? Sente dificuldades em algum, ou alguns? Nesta coluna serão postados análises de jogos, desde os mais básicos aos RPGs mais complicados, sendo depois aberto para perguntas, dúvidas, questões e indicações. Peque seu vídeo-game ou emulador e divirta-se!



Capítulos Especias



Capítulos Especias são capítulos que não interferem diretamente no enredo, mas sempre trazem alguma curiosidade ou fatos que só serão revelados mais para frente, além de mostrar mais sobre os personagens do que a história principal mostra. Sua leitura é opcional, mas é sempre bom ler e se manter atualizado, não acham?



Pinchers

Lucas e Amanda (e Pinchers em geral)

Primeira aparição: Capítulo 1

Lucas e Amanda fazem parte da corporação Pokémon Pinchers, que vêm atuando às escondidas em Oblivia nos últimos anos. Fazem parte da divisão 5 e seus codinomes são 5-41 e 5-42 respectivamente. Seus uniformes são iguais ao dos demais integrantes, mudando somente da dos Pinchers de uma divisão maior, ou seja, de seus superiores e líderes dos Pinchers. Agentes das divisões 5 a 3 fazem todo tipo de serviço, como missões de mapeamento e rastreamento e até para recrutarem novos agentes e caça a Pokémon.

Foram presos por Rand, mas depois mostraram que haviam conseguido fugir, e suas localizações são desconhecidas no momento.


???

Idade: ???
Primeira aparição: Capítulo 3

É um dos líderes dos Pokémon Pinchers, evidenciado por seu uniforme diferente. Criou uma grande rixa com Richard, gostando de provocá-lo e desafiá-lo, já tentando inclusive machucá-lo seriamente a ponto de matá-lo. Aparenta já conhecer Ellie há mais tempo, dizendo que ela está mais envolvida com os Pinchers do que se imagina.


???

Idade: ???
Primeira aparição: Capítulo 3

Também é uma das líderes dos Pinchers, parecendo trabalhar ao lado de outro líder. Até o momento não se mostrou agressiva ao ambiciosa, não sabendo-se mais nada a seu respeito.





Créditos das imagens
Imagens não têm autoria conhecida.

Notas - Atualizações


Yeeeei! ^^

Todos no embalo das festas de fim de ano? Todos felizes com as atualizações do blog? *.* Sei que a maioria, se não todos, estão esperando o capítulo 9, mas houve alguns imprevistos, além de que eu vou viajar no fim do ano, não sei se para onde vou vai ter internet, e como ele faz menção direta com o capítulo 10, não queria deixar ninguém naquela expectativa se eu nem saberia dizer quando poderia postar o outro, então, por enquanto, fiquem com aquele gostinho do capítulo 8 (que foi bom, não? X3) e esperem por gente nova no pedaço.

Trainer Cards

Demorou, mas eles chegaram! \o/

Espero que tenham gostado, fiz com todo amor, carinho e dedicação. Todos puderam notar as Bags do Richard e da Ellie, sendo que já têm vários itens, mas aviso: não se deixem levar pelo o que seus olhos estão vendo (adoro essa frase ^^). Alguns itens são meramente ilustrativos, não adianta ver o que ele é nos jogos e achar que sabe o que realmente é. Dos mesmos Trainer Cards, as imagens no canto inferior esquerdo eras as imagens que eu ilustraria os mesmos personagens, mas, como precisava de uma imagem de corpo inteiro, elas foram descartadas. Só falta terminar a página dos Pinchers e Outros e a parte de personagens estará ok!

Demais atualizações

Quem passar pelas páginas Especias e Extras verão que existe vários tópicos lá, e cada um deles se refere a um dos meus projetos (não, estes não são todos u.u). Alguns só poderão ser atualizados mais para frente, outros ou tentar atualizar depois do Ano Novo. Vou explicar o que cada um será, mas não todos!

- A link to the past: os amantes de The Legend of Zelda sabem que este é o nome de um dos jogos da série, considerado por alguns um dos melhores. Na tradução literal, quer dizer Um elo com o passado, e é exatamente isso que acontecerá neste especial, postarei capítulos mostrando o passado de cada um dos personagens, para que vocês possam conhecê-los melhor e até mudar sua opinião sobre alguns deles. Será postado de acordo com minha inspiração e o enredo da história, pois alguns destes especiais contém spoilers!

- Aulas Rangers: para aqueles que nunca jogaram um dos jogos da série Ranger ou simplesmente tem curiosidade ou dificuldade em alguma coisa, nesta coluna você poderá aprender tudo o que o mundo Ranger pode oferecer, ensinados por uma pessoinha muito especial. Detalhe que irei postando de acordo com a quantidade de informações que eu conseguir juntar.

- O Cartucho Nosso de Cada Dia: lembram a enquete que fiz sobre jogos? Aqui vocês poderão ver análises minhas sobre alguns jogos já jogados por mim (a maioria para DS, mas vou tentar, ao máximo, procurar outras plataformas), com comentários de sites especializados nessa área. Não será um guia, falando qual jogo você deve escolher, e sim uma forma de você conhecer o jogo antes de jogá-lo, e por vezes se decepcionar com ele. Pretendo começar a postar ano que vem.

- Papercrafts: isso é tudo culpa do Canas Ominous! Se eu não tivesse visto Papercrafts na AeS, não teria tentado fazer um e, depois disso, disparar a fazer essas dobraduras viciantes. Me apaixonei por isso, e aqui vou compartilhar modelos já feitos por mim, de todas as dificuldades, tamanhos e gostos. Se tiverem uma dica de modelo, podem me mandar! Também pretendo começar a postar ano que vem, e ficará dependendo de quantos conseguirei fazer, em quanto tempo, e claro, o mais importante, da tinta da minha lindíssima e idosa impressora (que está sem tinta no momento, para variar... =/).

Enquete

Acho que todos notaram que os blogs da Aliança estão com a enquete "Qual é o Melhor Líder? Bom, como em Oblivia não temos Líderes e nem Ginásios, fiz uma enquete sobre os personagens só para não ficar de fora ^^ (valeu pela ideia Lord Meganium! o/).

Feliz Natal!

Está atrasado, mas acho que continua valendo, pois o que importa não é o dia, e sim a importância do momento, os pensamentos, as alegrias, emoções, sentimentos... a ceia, os presentes ^^

Desejo que todos tenham tido um maravilhoso Natal, cheio de amor, alegria, esperança e graça, e desde já desejo um Ano Novo repleto de vitórias e bençãos!

Aqui também deixo atrasado meu Feliz Aniversário para o molhadinho Shiny Suicune, que também faz aniversário junto com Jesus. XD Um amigo valoroso, que está disposto a te ajudar com o temido HTML (no começo me deu medo, admito :x), que ama uma Misty perdida por aí e que se mostrou muito talentoso adaptando sua história com a mudança ocorrida com a chegada de Pokémon Black 2/White 2. Parabéns ae garoto!

Demais avisos

Ainda tenho coisas para atualizar, para arrumar, mas tudo ao seu tempo, acho que consegui progredir muito nas últimas semanas, e sem contar que vou ter que voltar com a correria de vestibulares (segunda fase da FUVEST, aí vou eu!). Espero que estejam gostando do que fiz até agora, foi tudo pensando em cada leitor que aparece aqui pelo blog. Bom, acho que não esqueci de nada... assim espero. o_o'



Até o ano que vem, pessoal!
(~le piadinha tosca que nunca sai de moda XD)

Secundários

Joseph Ferysen (In memoriam)

?
Cidade Natal: ??? (Hoenn)
Primeira aparição: Prólogo

Joseph era um renomado Top Ranger da região de Oblivia, tendo ganhado fama graças a própria família Ferysen, a qual é grandemente conhecida na Ranger School devido aos seus membros de sucesso. Sonhava desde criança em ser um Ranger como seu pai e seu avô foram, conseguindo este posto. Em uma de suas primeiras missões esbarrou acidentalmente com Samantha, a qual se tornou sua parceira e posteriormente sua esposa. Era extremamente dedicado ao que fazia, nunca deixando de atender um chamado. Foi quem deu Flygon para Richard, mandando o Pokémon salvar o menino.


Samantha Ferysen (In memoriam)

?
Cidade Natal: Tilt Village
Primeira aparição: Prólogo

Samantha também era uma renomada Top Ranger da região ao lado do esposo, ganhando este posto depois de ter ajudado a salvar Oblivia de um grande perigo. Era impetuosa e rebelde, gostando de fazer as coisas à própria maneira, tendo dificuldades quando conseguiu entrar na Ranger School, o que foi considerado uma vitória, pois, na época, dificilmente alguém de Oblivia conseguia passar nos exames. Tinha grande talento em lidar com Pokémon, sendo de qualquer tipo, e também amava mexer com jardinagem. Nada se sabe de sua família. Antes de Richard ser levado, deu seu colar ao menino, que para ela era algo de extremo valor, mas ainda não se sabe porquê.

Booker

Idade: ???
Cidade Natal: Cocona Village (Oblivia)
Primeira aparição: Capítulo 4

Booker é um senhor sábio e atencioso. Conhece Richard desde pequeno, mas só teve contato com ele na época em que ele foi para o orfanato, o ajudando muitas vezes. Nasceu e cresceu em Oblivia, sabendo muito da região e de suas lendas. Trabalha como marceneiro, tendo realizado várias tarefas pela cidade, sendo uns dos motivos de sua fama. Tem grande amor pelos Pokémon selvagens, defendendo-os e os protegendo quando pode. Conheceu Lele quando o viu tocando as vinhas de um Bulbasaur como se fossem um instrumento, criando o ukulele para o Pokémon. Sabe-se que tem uma filha e um neto morando no centro de Cocona Village.


Nick

Idade: 10 anos
Cidade Natal: Tilt Village (Oblivia)
Primeira aparição: Capítulo 6

Nick é um menino serelepe e extrovertido. Era um menino de rua que vagava por Tilt Village, até ser encontrado por Booker, que começou a criá-lo, fazendo-o seu aprendiz, já que mostrou grande talento com as ferramentas. Conheceu Richard quando este veio morar na casa de Booker, logo após ter saído do orfanato, criando um grande laço com o garoto, mesmo ele não admitindo isso, e gosta de chamá-lo de "tio Rick", algo que o garoto detesta. Ajudou Lele a aprender a fala humana quando notou que o mesmo conseguia.


Ralph

Idade: 14 anos
Cidade Natal: Cocona Village (Oblivia)
Primeira aparição: Capítulo 8

Ralph é Neto do Booker, dizendo ser conhecido apenas por este fator. É um garoto muito inteligente, sabendo muito das lendas e costumes da região, grande parte que lhe foi contada por seu avô. Não gosta de usar as roupas coloridas dos nativos, prefere parecer como as crianças das grandes cidades, a qual já visitou uma quando mais novo junto da sua mãe, que foi a trabalho. Ajuda turistas e pessoas curiosas sobre os segredos das ruínas de Oblivia, contando as conhecidas e fantasiosas lendas, as quais ninguém sabe se são reais, mas ele acredita que sim. Sabe-se que sua mãe é uma empresária e vive viajando.





Créditos das imagens 
Imagens não têm autoria conhecida.

Crie temas para o Google Chrome!

Você é daqueles que sempre gosta de estar mudando o tema do seu Google Chrome mas nunca acha um legal? Gostaria de fazer os temas você mesmo, de forma fácil e rápida? Sim, agora é possível!

O processo é simples: instale este aplicativo em seu Google Chrome, escolha uma imagem que você goste, siga o resto das instruções e pronto! São três passos muito simples, em alguns segundos você já tem o tema pronto para instalar e ainda compartilhar com outras pessoas. Aqui vão alguns exemplos de temas que eu fiz, quem sabe você não goste de algum (~le sem nada para fazer a noite):

Solatorobo




The Legent of Zelda


Okami


Grand Chase



Pokémon







Vire um Designer e divirta-se com este aplicativo do Google Chrome!

Não tem o Google Chrome? Instale-o clicando aqui!




Créditos das imagens:
Art by: Articuno | Art by: Solastyle | Art by: Kureculari | Art by: All0412
Demais imagens foram retiradas dos sites dos jogos e/ou não têm autoria conhecida


Vi no: bLU!G

Curiosidades



Aqui você confere algumas curiosidades envolvendo a história, a autora, o jogo e otras cositas mas (e quem sabe não existe algum spoiler escondido no meio?)

  • O nome original da Fanfic é Ranger: O Caminho do Escolhido
  • Começou a ser escrita em 01/08/2011
  • O nome da protagonista Ellie é uma homenagem à personagem Ellie Linton da coleção de livros Amanhã, de John Marsden (Editora Fundamento)
  • A autora recebeu a posse do blog no dia 09/09/2012, mas só conseguiu inaugurá-lo dia 06/10/12
  • O personagem favorito (e protegido) da autora é o Ben
  • O capítulo 8 sempre acabou sendo postado na data (ou perto) de aniversário da autora, primeiramente no Nyah! Fanfiction (14/12/11) e agora no Blogger (10/12/12)
  • A autora, desde o Prólogo, escreve os capítulos em cadernos, posteriormente digitalizando e modificando se necessário; atualmente está no 4º caderno
  • Todo capítulo, sem exceção, passa por avaliação de uma amiga da autora, Jacqueline, que é sua CCOF (Conselheira e Consultora Oficial de Fanfics), e ela ajuda em partes do enredo ou com algum personagem, sabendo de tudo o que aconteceu, acontecerá e do que está em planos
  • O primeiro jogo que a autora zerou em seu Nintendo DSi foi Pokémon Ranger: Guardian Signs
  • O primeiro jogo da série Ranger que a autora jogou foi Pokémon Ranger: Guardian Signs
  • As imagens menores no canto inferior esquerdo dos Trainer Cards do Richard e da Ellie seriam as imagens usadas para ilustrar os personagens, mas que depois foram descartadas
  • De acordo com as datas de lançamentos japonesas, os jogos da série Ranger tem exatos 2 anos de diferença um para o outro (Pokémon Ranger, março/2006; Pokémon Ranger: Shadows of Almia, março/2008, Pokémon Ranger: Guardian Signs, março/2010) e todos estes foram lançados exatos 7 meses antes de um dos jogos da série principal (setembro/2006: Pokémon Diamond and Pearl; setembro/2008: Pokémon Platinum; setembro/2010: Pokémon Black and White)
  • Pokémon Ranger: Guardian Signs é um jogo pertencente à 4ª geração, pois foi lançado depois de Pokémon HeartGold and SoulSilver e antes de Pokémon Black and White

Rangers

Primeira aparição: Capítulo 2

Rand é um dos Rangers ativos mais antigos da região, tornando-se o líder logo após a morte de Joseph e Samantha. É alguém sério e centrado, sempre buscando cumprir seu dever, almejando alcançar o cargo de Top Ranger. Está em busca de vestígios dos Pinchers e suas intenções na região.

Sabe-se que se tornou Ranger bem novo e mora com a esposa e filha em uma casa afastada de Cocona Village.


Primeira aparição: Capítulo 7

Ben (como prefere ser chamado) é um garoto que cresceu em cidade grande. Gosta de fazer palhaçadas e ver as pessoas ao seu redor rirem, sendo sempre motivo de piada. Também é muito galanteador, querendo conversar com todas as garotas que vê pela frente. Não gosta que seu nome do meio seja pronunciado, mas sabe-se que ele é uma homenagem a seu bisavô, que foi um importante Ranger. Seus pais são separados, sendo que a mãe continua morando em Hoenn e o pai é professor da Ranger School. É o primo do Richard, sendo seu único parentesco conhecido, mas teve pouco contato com o mesmo durante sua infância.

Tem a fama de não levar nada a sério, sempre fazendo brincadeiras, mas quando o assunto é grave, principalmente se envolve sua família ou conhecidos seus, se torna muito responsável, sabendo exatamente como agir. Ganhou Tropius de seu pai antes de entrar na Ranger School. Quer continuar a honrar o sobrenome Ferysen com a fama dos grandes Rangers e envolvidos na área.


Primeira aparição: Capítulo 7

Summer é extremamente inteligente e tem grande talento, principalmente no que diz sobre Rangers. Descobriu sobre a classe com documentários que assistia quando pequena e palestras de Rangers em sua cidade, decidindo então seguir na área. É educada e discreta, tendo conhecido Ben ainda em Almia, o ajudando a se livrar de uma de suas confusões e tornando-se sua parceira posteriormente. Sabe-se que ganhou seu Purrloin de sua tia assim que conseguiu entrar na Ranger School.





Créditos das imagens
Imagens não têm autoria conhecida

Protagonistas

Primeira aparição: Prólogo

Richard sofreu muito em sua infância devido à morte repentina de seus pais, indo para um orfanato e ficando lá grande parte de sua vida. Tornou-se alguém fechado e rancoroso quando cresceu, preferindo ficar sozinho na maioria das ocasiões, ou então na companhia de seu melhor amigo Flay e seus outros Pokémon. Evita ao máximo demonstrar qualquer tipo de sentimento, sendo cínico e ríspido com as outras pessoas, mas a verdade é que ainda culpa os outros por não descobrirem nada sobre o acidente da morte de seus pais. Se sente muito sozinho devido sua má fama, tendo contato somente com Booker e Nick, que o ajudaram desde que saíra do orfanato.

Acaba sendo impulsivo em situações de risco ou grande pressão, mas sempre tenta manter o controle. Pouco se sabe do período que ficou no orfanato, somente que isto mudou drasticamente sua personalidade e que tinha uma única amiga, a qual ainda não se sabe nada a respeito. Decidiu ajudar Ellie para tentar descobrir mais sobre os Pinchers e seus planos na região, ainda mais por suspeitar que eles estão envolvidos com a morte de seus pais.


Primeira aparição: Capítulo 2

Sua vida é um mistério, assim como suas ambições. Sabe-se que quer se vingar dos Pinchers, acabando com seus planos. É diferente da maioria das garotas, conseguindo se virar sozinha em situações difíceis e sabendo muito sobre muitas coisas.

É apaixonada por Pokémon elétricos, demostrado isso com sua Pichu, apelidada de Fabí, a qual não é presa a uma pokéball, pois a garota diz que não se precisa de uma para um Pokémo continuar ao seu lado. Tem grande dom com os Pokémon, plantas e berries num geral, sabendo fazer inclusive itens medicinais. Lhe ocorre o estranho fenômeno de, repentinamente, seus olhos começarem a cintilarem verdes e sentir fortes dores de cabeça, dizendo ver cenas, lugares e pessoas/Pokémon, mas não compreende o que o mesmo significa. Não se sabe como nem porquê decidiu seguir e pedir ajuda ao Richard.


Primeira aparição: Capítulo 5

Lele é um Pichu esperto e cativante, encantando a todos por seu incrível dom musical. Descobriu ser bom com música ainda filhote, tendo a ajuda de Booker quando o mesmo fez seu pequeno ukulele azul. Aprendeu a fala humana com as pessoas que visitavam Dolce Island, principalmente Booker e Nick, o qual já sabia de sua habilidade de fala. Carrega dentro de seu ukulele uma Everstone, pedra rara que encontrou na ilha onde morava, pois quer evoluir somente quando se julgar capaz e pronto.

Com a invasão dos Pinchers em Dolce Island e a captura dos outros membros de seu grupo, decidiu se juntar à Richard e Ellie para poder ajudá-los, além de ver neles uma oportunidade de ficar mais forte e conhecer outros lugares.





Créditos das imagens
Art by: zerudez | Art by: zerudez | Art by: Zombiesmile
Demais imagens não têm autoria conhecida.

Notas da Autora - Capítulo 8


♫ PARABEEEEEEEEEEEEEEEENS PARA MIM (e o quê?) NESSA DAAAAAAAAAAAAAAAAAAATAAAAAAAAAA QUERIDAAAAAA, MUITAS FEEEEEEELIIICIIIDAAAAAAADEEEES, MUITOS AAAAAAAAANOOOOS DE VIIIDAAAAAAAAAA!!! 

YEEEEEEEEEEEEEI! XD

Olá pessoas lindas do meu coração, boa noite! (ou tarde, ou dia, dependendo da hora em que você ler isso...) Deu para notar minha felicidade? Um pouco, né? ^^' Ah, fazer aniversário é tão legal... exceto pela parte em que você fica mais velho, mais isso quer dizer que você conseguiu passar mais uma etapa da sua vida, que mais um longo ano se passou, que você pode parar para avaliar o quanto cresceu, o quanto aprendeu... Ok, chega desse bla bla bla emotivo, vamos falar do capítulo *~le pega os óculos de leitura... pera, eu já uso óculos*

Podem falar, eu sei, todos piraram na dança, né? também, quem é que não gosta de um capítulo com um climão assim. ^^ Admito, houve um belo de um clima, até porque é impossível negar, mas deixando essa parte de lado, gostaram de uma das lendas de Oblivia? Algumas foram tiradas do próprio jogo, outras foram criadas ou modificadas, tudo para tornar a história melhor! Personagens novos, Ralph, o conhecido neto do Booker (mesmo ele não querendo isso) e o Arley, o qual não comentarei nada a respeito, fica apenas o que já foi dito no capítulo. Lucas e Amanda de volta no pedaço para deixar a confusão com os Pinchers com aquele gostinho cômico que eu adoro.

Cada palavra foi escreta com muito carinho e amor, desde que eu escrevi esse capítulo no meu caderninho da fanfic, há mais de um ano atrás, e quem já acompanhava a história pelo Nyah! sabe que postei esse mesmo capítulo no meu aniversário do ano passado (ou quase, houve um atrasinho de nada ^^'). É o meu presente, pois amei escrevê-lo, amo lê-lo e relê-lo, amo ele num todo, amo esse capítulo. XD

Presentes

Mesmo sendo meu aniversário, todos ganham presentes, já começando hoje com o capítulo e o resto da semana com a postagem dos tão esperados Trainer Cards (posso ouvir um aleluia, irmãos? " ALELUIAAAAAAAAAAAAAA!!!"). Amanhã posto os dos Protagonistas, e se der, o dos Rangers, se não, Rangers e Secundários ficam para os próximos dias. Também postarei um Especial, e esse não é um capítulo extra, é um dos meus projetos que estou conseguindo colocar em dia.

Também, nesta semana, pretendo me atualizar no blog, respondendo todos os comentários, e para aqueles que me indicaram fanfics ou pediram para eu ler as suas, também pretendo fazer isso, mas cada coisa na sua hora.

Enquete

Consegui tirar o bendito PC do meio. o/ #wins

Essa enquete eu gostei, teve um grande número de votantes e consegui ver a preferência da maioria (nintendistas, oi?). Sim, também sou uma chamada nintendista, ou seja, uma daquelas pessoas que são fissuradas por jogos e plataformas da Nintendo, mas isso não quer dizer que não goste de outras, claro.

Ver que a maioria gosta da Nintendo é um bom sinal para um projeto futuro, mas não pense que você, fã de outra plataforma, não terá sua chance aqui. ^^

Bom, acho que não esqueci de nada (assim espero), então...

Até mais galera!

Capítulo 8

Começando com o Pé Direito



Passados alguns dias, Richard se sentia bem melhor, “Aquela pomada realmente funcionou.” dizia a si mesmo enquanto arrumava suas coisas para finalmente partir. Em meio à bagunça, porém, achou algo que esqueceu que tinha: um grande e velho livro, com escritas em dourado na capa, o que o fez se lembrar de como tinha começado toda essa aventura. “A verdade por trás do mito?”. Então, muito curioso, sentou-se e abriu o livro, folhando suas primeiras páginas.

Ali, de uma forma difícil de entender, contava a teoria do provável início de Oblivia, suas ilhas e guardiões. Pulando algumas páginas, era mencionada uma enorme catástrofe, que foi evitada por pouco por pessoas especialmente escolhidas pelos guardiões sagrados, “Rainbow Festival..” pensou ele. Impaciente por não conseguir entender o que estava escrito, virou dezenas de páginas, parando em uma e vendo algo que o surpreendeu: nela, desenhado de uma forma bem rústica, estava o símbolo do pingente do colar que sua mãe lhe dera há vários anos. 



Tentando entender o que aquilo poderia dizer, Ellie entra no quarto, tirando-lhe a atenção.

- Você já está pronto? – perguntou, até ver o livro – O que é isso?

- Pelo que parece é um livro. – ironizou.

- Isso eu sei... Mas esse livro foi o que você pegou na cada do Rand, não foi?

- E se for? – retrucou fechando o livro e guardando-o.

- O certo é devolvê-lo!

- Não posso, ainda.

- Por quê?

- Tem algumas coisas aqui muito estranhas, e eu quero descobrir o que é.

Ao ouvir algo estranho, ele se vira e vê a garota parecendo segurar o riso, até que ela não aguentou mais. Encarando-a, levantou-se e pegou sua mochila, jogando a bolsa dela, que ria baixo, e saiu do quarto.

- Muito amiga você... – ironizou.

- Desculpe, mas eu não resisti... te ver estudando era a última coisa que passaria na minha mente.

O garoto ainda estava desconfiado em relação à “visitante” de algumas noites atrás, mas resolveu guardar isso para si, por enquanto, como uma carta na manga. Os dois desceram as escadas da casa qual conheciam muito bem agora: no térreo funcionava a marcenaria, onde Booker trabalhava, com o auxílio de Nick.

- Ei, Booker, nós já vamos! – gritou Richard.

- Mas já? Ainda é de manhã. – respondeu o senhor, vindo dos fundos do lugar.

- Por isso mesmo, assim aproveitamos o dia inteiro para caminhar.

- Mas para onde vocês vão?

- Para Tilt Villge, em Mitonga Island – dizia Ellie – já que os Pinchers foram voando de Dolce Island para aquela direção.

- Ainda acho que vocês deveriam deixar isso com os Rangers. – insistia.

- Ah, qual é, não vamos voltar a discutir sobre isso, vamos? – falou o garoto.

- Não, não vou impedi-lo Richard, mas me preocupo com você, então tente tomar cuidado, pelo menos uma vez... aliás, vocês dois! – brincou.

- Pode deixar, velho, sei me cuidar.

- Mais uma vez, muito obrigada, Booker – agradecia ela – você me ajudou mais do que imagina... queria poder retribuir.

- Imagine, não é necessário. Nick, venha se despedir! – chamou.

Nick apareceu cabisbaixo, com Lele nos ombros, parecendo muito triste

- Vocês tem que ir mesmo?

- Ih, lá vem! – retrucava o garoto sem paciência.

- O que foi Nick? – perguntou a garota.

- É que vocês vão embora, e eu vou voltar a ficar sozinho de novo, não vou ter mais ninguém para brincar...

- Calma, não vamos embora para sempre.

- Mas quando vão voltar de novo?

- Isso eu não sei dizer, mas prometo voltar; vou sentir saudades de você. – sorriu.

- Tá, mas, antes de irem, vocês podem fazer um favorzinho para mim?

- O que quiser...

- Sério? É que, sabe, eu precisava ir para o centro da cidade, buscar algumas coisas... e vocês podem aproveitar e comprar o que falta.

- Mas nós já... – porém o protesto do garoto foi imediatamente interrompido por Ellie.

- Mas é claro que nós vamos, não é mesmo, Rick? – perguntou encarando-o.

- Tá, claro, claro, não adianta eu falar nada mesmo...

*****

O centro de Cocona Village não era longe, muito menos grande, mas ainda sim o maior centro comercial de Renbow Island, ainda mais por esta ser sua maior cidade. As casas eram simples, algumas de aparência coloniais, uma loja aqui, outra ali, nada de mais, só que o que o que mais chamava a atenção era em sua área central: um palco grande, feito da mais resistente madeira, com um belo arco-íris pintado em seu centro; aquele era o palco de um dos mais famosos e tradicionais eventos de Oblivia, o Rainbow Festival.


Richard, Nick e Ellie caminhavam por meio as ruas, que já estavam com seu movimento costumeiro: cheias, principalmente de turistas. Para os garotos, era só mais um dia normal, mas Ellie observava cada casa, cada detalhe com muita atenção, fascinada com tudo, principalmente com o enorme palco na área central.

- Você nunca veio em Cocona, Ellie? – perguntou Richard ao ver seu fascínio.

- Poucas vezes, mas faz muitos anos, e raramente vinha ao centro da cidade. – dizia abraçada a Fabí.

- É que aqui foi reformado, mudou bastante... Espera, então você não conhece nossa história? – perguntou Nick curioso.

- Er, na verdade, pouco, não lembro de muita coisa... – dizia meio acanhada.

- Gostaria que eu contasse? – perguntou um menino, que apareceu repentinamente atrás deles; ele tinha cabelos esverdeados, assim como seus olhos, e vestia-se diferente dos outros meninos da cidade, com um ar mais sofisticado.


- Mas de onde você saiu moleque? – perguntou o garoto assustado.

- Vocês o conhecem?

- Sim, ele é o Ralph, meu amigo e neto do Mestre.

- Neto do Booker?

- Sim sim, acho que só por isso que me conhecem nessa cidade, mas muito prazer, e quem seria a senhorita? O vovô falou que tinha hóspedes, mas nunca a vi por aqui.

- Meu nome é Ellie, muito prazer. – sorriu.

- E como vai o mais forte e famoso treinador da ilha, Richard Ferysen?

- Ah, vai começar! – reclamava ele, jogando a cabeça para trás – Não fica enchendo o saco não Ralph, parece o velho no meu pé, e você sabe muito bem que não sou um treinador, nem tem como eu ser porque Oblivia não faz parte da Comissão das Ligas Pokémon, nem existem ginásios por aqui. Só tenho alguns Pokémon, como muitos por aí...

- Sim, mas os mais fortes, isso ninguém pode negar. – elogiou o menino, que mesmo com a pouca idade, parecia entender muito sobre o assunto.

- Você sabe da história da cidade? – interrompeu Ellie.

- Sim, às vezes ajudo os turistas, servindo como guia... Quer que eu te mostre?

- Se possível.

- Claro que sim, venham comigo.

Ele os guiou para os arredores da cidade, mais precisamente a entrada da Teakwood Forest. Observando com mais cuidado, era possível ver um grande portão de pedra, que parecia estar intocado há décadas, se não séculos, pois a vegetação quase o cobria que por completo.

- Nossa história começa aqui – começou – quando pessoas tentaram dominar a região, há muitos anos atrás. Tudo era o maior caos, e eles queriam ter todo o poder só para eles, capturando e destruindo os guardiões... e eles quase conseguiram.

- Quantos anos você tem mesmo?  - perguntou Richard surpreso com o menino.

- Oras, tenho 13... posso continuar?

- Por favor. – dizia ela, encarando o garoto.

- Ok... Tudo começou quando um dos sábios dos Templos, que ficavam bem aqui nestas ruínas, se rebelou, juntando uma legião de servos e usando os Pokémon para o mal. Celebi, o Lendário Guardião desta floresta, que pode viajar no tempo, viu a destruição que eles causariam se ninguém fizesse nada. – deu uma pausa, mostrando as esculturas e monumentos na entrada da floresta.

- E o que está escrito aqui? – perguntou a garota, apontando para um grande monumento, onde vários símbolos estavam grafados.

- Ninguém sabe, só aqueles que foram escolhidos.

- Quem? – perguntou Lele.

- Ainda preciso me acostumar com você falando, Lele. – riu sem graça, lembrando-se do susto que levara ao descobrir isso na casa de Booker – Venham, ainda tem mais.

Enquanto Ralph conversava com os outros, Richard ficou para trás, observando os símbolos com atenção. Ficou hipnotizado com as gravuras, algo em sua mente lhe falava que ele já conhecia aqueles símbolos, surpreendendo-se ao reconhecer um deles, o qual viu a não muito tempo, dentro daquela mesma floresta. 


Ele aproximou-se com cautela, mas antes de tocar a pedra, alguém lhe chamou:

- Você está ficando para trás. – disse Ellie colocando a mão sobre seu ombro – Está tudo bem?

- Está, eu acho. – responde sem deixar de fitar o símbolo.

Ignorando o olhar preocupado da amiga, tocou o símbolo que tanto lhe chamava a atenção e um rápido e leve cintilar pode ser visto, fazendo com que os dois dessem alguns passos para trás.

- O que foi isso? – perguntou ela assustada.

- E-eu não sei, mas...

- Eeeei, vamos logo! – gritava Nick de longe.

Mesmo ainda estando os dois curiosos e assustados, correram em direção ao menino, que esperava impaciente, ao lado de Lele. Ainda no caminho, Ellie ouviu um grunhido também estranhamente familiar, mas como os meninos não paravam de gritar ignorou o som e continuou a correr.

Ralph os levou novamente ao centro da cidade, mais precisamente ao grande palco que havia ali. Ele apontava para o desenho no meio do palco, explicando a importância dele e do evento que ocorria na cidade.

- Eu já ouvi falar do Rainbow Festival, na verdade, acho que já vim em um ou dois, mas não participava deles, e a cidade sempre estava diferente, por isso não me lembro daqui. – comentou Ellie.

- Grande coisa, tem todo ano. Nasci aqui e nunca gostei muito do festival, é sempre uma bagunça, a cidade fica cheia demais e nunca tem nada de novo.

- Vem com essa, sei que você participa do Torneio de Batalhas todo ano, já te vi batalhando em um dos campeonatos.

- S-sério? – dizia surpreso.

- Sim, e você até batalha bem... de uma forma meio estranha e... rude demais, mas muito bem. – respondeu com um sorriso.

- Obrigado... – agradeceu se jeito, com uma das mãos atrás da cabeça.

- O Rainbow Festival é um grande evento, sempre trás muitos turistas, mas poucos sabem da lenda por trás dessa festa.

Ellie ficava cada vez mais fascinada e curiosa, Lele ouvia tudo com atenção, adorava contos e lendas, até Richard ficou curioso com a história, mesmo já a conhecendo quase de cor. Moradores e turistas que estavam por perto se aproximaram do menino, que parecia lidar muito bem com multidões, subindo em uma grande pedra:

- O festival é para celebrar a derrota do mal, que aconteceu há muitos séculos atrás... por isso sempre tem uma prova, que é a atração principal do evento.

- Pensei que a atração principal era a Competição de Batalha Pokémon. – dizia o garoto.

- Começou a ser há alguns anos atrás, já que alguém vem ganhando todo ano – falou e viu que Richard virou o rosto contrariado, mas mostrava-se incomodado com a multidão – mas ainda sim a principal atração é a prova, ou gincana, que retrata o que mais ou menos aconteceu naquela batalha. Voltando: o sábio corrompido usou o poder de alguns guardiões para dar vida a uma arma extremamente destrutiva, que eliminava tudo em seu caminho. Os Guardiões Sagrados não podiam fazer nada, pois era a própria escolha dos humanos em destruírem a si mesmos, mas com medo que acabassem sendo afetados com isso, escolheram pessoas que poderiam se comunicar com os Pokémon.

- Eles eram Rangers? – perguntou um rapaz.

- Ninguém sabe dizer, mas quando juntavam seus poderes com o dos Pokémon, principalmente com o dos guardiões, ficavam incrivelmente fortes, tinham controle sobre tudo!

- Se eles eram tão fortes, poderiam destruir tudo se quisessem! – gritou um homem.

- Não, pois os Guardiões escolhiam crianças de coração puro, que cresceriam aprendendo a fazer o bem. Voltando á história, os escolhidos, com esse poder, usaram o Rainbow Grail, que continha o poder do Guardião Sagrado Ho-oh, derrotando assim àqueles que queriam destruir a si mesmos.

- Eu já ouvi falar dessa lenda várias vezes – dizia uma mulher – só que ninguém vê esses escolhidos há décadas, isso não passa de uma história para crianças!

- Graças aos escolhidos, a região se mantém em equilíbrio – explicava visivelmente bravo – e dizem que esse poder passa de geração em geração. Só eles podem decifrar os símbolos nos monumentos que existem em toda a região, que foram deixados pelos próprios guardiões para que nós não repetíssemos o mesmo erro de eras atrás. E, além do mais, se for para falar quem é um dos escolhidos, existiriam vários por aí. Agora eu posso terminar? – ironizou, puxando alguns risos da multidão.

- Isso aí, garoto, continue! – gritava um casal de turistas.

- E esse é o verdadeiro motivo do Rainbow Festival, ele comemora a vitória sobre o mal e a gratidão pelos escolhidos e pelos Lendários Guardiões, que ajudaram a nos trazer paz durante séculos.

O menino contava a lenda de forma esplêndida, cativante, deixando todos com a atenção presa até o fim, aplaudindo-o com alegria. Ele agradeceu com pouco sem graça, vendo a multidão se dispersar.

- Essa foi a história mais incrível que eu já ouvi! – sorria ela.

- Tenho que admitir, você conta essa lenda muito bem. – falou Richard.

- Concordo, e eu adoro histórias! – disse o Pokémon.

- Não foi nada... – dizia sem jeito.

Em meio ao resto de euforia, sem que nenhum deles percebesse, um grande homem aproximou-se do garoto, colocando a mão sobre seu ombro, que virou surpreso.

- Olá, Richard, há quanto tempo, não? – dizia cordialmente.

- Arley?!

Todos ali pararam e observaram aquele que atendia por Arley: ele era grande, com cabelos pouco compridos. Tinha uma expressão cansada, o que era reforçado por seus cabelos, pouco compridos, mas não parecia ser tão velho. Vestia roupas coloridas, cheias de detalhes, e ostentava um ar autoritário e respeitável graças a uma grande cicatriz que cortava quase todo seu rosto.


- Veja só o que o destino me reservou hoje. Como vai, garoto? Não te vejo desde que saiu do orfanato.

- Eu... vou indo. – dizia indiferente, meio receoso, sentindo Lele se esconder em suas costas.

- Olá, tio Arley! – cumprimentavam Nick e Ralph em coro.

- Quem é ele, Rick? – perguntava Ellie, observando o homem com cautela.

- Esse é o Arley; ia de vez em quando lá no orfanato onde morei, ficava contando histórias para as crianças de quando era um lutador...

- Prazer, e qual seria o seu nome? – perguntou ele educadamente.

- M-meu nome? – hesitou – É... Ellie.

- Hum, Ellie, esse nome não me é estranho. Já nos vimos em algum lugar?

O olhar da garota agora era de surpresa, seu receio havia se transformado em temor; não confiava em quase ninguém, e havendo a possibilidade de alguém a reconhecer colocava tudo o que planejara em risco. Disfarçando, ela desviou o olhar, dando uns passos para perto de Richard, que falava algo aos dois meninos. Olhando ao redor, procurando uma saída, vê algo que a fez arrepiar-se: Pinchers! Eles andavam calmamente, sem chamarem muita atenção, vasculhando a área, sendo que dois rostos lhe eram conhecidos.

- Rick, olha aquilo. – sussurrou ao ouvido dele que estranhou tanta aproximação.

- São Pinchers! – disse prestando atenção em quem estava ao seu redor – E aqueles são... Lucas e Amanda! Mas eles não foram presos?

- Agora não importa, precisamos dar o fora daqui!

- O que houve garotos? – perguntou Arley desconfiado.

- Nada, é que... precisamos ir.

- Haha, claro, entendi, lembro-me de quando tinha essa idade, a boa época dos namoros... os dois sempre querendo ficar sozinhos. – dizia rindo.

- O que?! – gritaram juntos.

- Ele não é meu namorado! – dizia ela com o rosto muito corado.

- N-não mesmo, nós somos só a-amigos... – gaguejava ele, visivelmente sem graça.

- Oh, é mesmo? Me desculpem o engano, é que parecia.... Mas você, Richard, cresceu e não mudou nada, ainda fica gaguejando quando está nervoso.

- Será que dá pra parar de pegar no meu pé? – disse bravo.

Os dois se distanciaram um pouco, sem graça. Se entreolharam rapidamente, mas desviaram o olhar logo em seguida, virando os rostos ainda corados. Com isso, Richard percebeu que alguns Pinchers os observavam, principalmente Lucas e Amanda, fazendo-o sentir um calafrio.

- Arley, nós vamos indo, temos que... levar o Nick no mercado. – disse rápido, puxando o menino.

- An, está tudo bem?

- Tudo ótimo, mas estamos com um pouco de pressa. – disse Ellie empurrando os garotos, encarando-os – Vamos?

Sem dar voz ao homem, eles começaram a andar rapidamente para uma rua paralela ao local, deixando Arley sozinho, que baixou a cabeça, fazendo um sinal negativo e com um sorriso no canto da boca.

Os quatro andavam rápidos por entre as pessoas. Os meninos ainda estavam confusos, só que os dois sabiam o perigo que aqueles olhares representavam.

- Será que eles nos reconheceram? – perguntou ele.

- Não sei, mas quanto mais longe estivermos daqui melhor! – respondeu ela receosa.

- O que houve tio? – perguntou Nick.

- Nada, nada...

- Será mesmo? – disse alguém por de trás deles.

Os dois pararam estáticos, virando-se devagar, temendo que o que imaginavam fosse verdade, e era: Lucas e Amanda estavam atrás deles, encarando-os raivosos. Os Pichu’s faiscavam por suas bochechas, cientes do perigo, mas os garotos os seguravam.

- Olhe só, Amanda, o que nós encontramos por aqui.

- Acho que chegou a hora de vocês pagarem o que nos devem!

- Não me lembro de ter feito trato com criminosos. – provocava Ellie.

- É melhor você dobrar a língua, mocinha. – dizia Lucas irritado.

- E quem você pensa que é para falar com ela assim? – gritava Richard.

- Ah, que lindinho, ele está protegendo a garotinha insolente. – ironizava Amanda.

- Cale a boca, Amanda! – bravejou – Então, continuando, simplesmente sou quem vai fazer você pagar pelo que nos fez... tem noção de como foi difícil fugir da prisão? E a bronca que ouvimos de nossos superiores?

- Não tenho culpa se vocês são incompetentes!

- Se eu fosse você, dobraria essa língua também. – provocou o homem, chamando vários outros Pinchers.

Os dois se entreolharam surpresos, enquanto os meninos os agarravam com medo. “E agora, o que vamos fazer?” pensou Richard, porém a garota raciocinou mais rápido, puxando os três e correndo desenfreadamente pelo centro da cidade, sendo seguidos por vários soldados.

Por mais que fugissem, os Pinchers os perseguiam, então eles começaram a pensar em um lugar para se esconder.

- Mas onde? – perguntava ela.

- Ei, eu tive uma ideia! – gritou Ralph, puxando-os.

Ele os levou até uma pequena loja, se escondendo atrás de um balcão e fechando a porta logo em seguida. Os homens passaram, procurando, mas logo foram embora, para o alívio deles.

Após o sufoco, Ellie percebera onde estava: era uma simples loja de roupas, com alguns objetos artesanais feitos na região decorando o local, que era simples, mas bonito. De repente, uma mulher vem correndo dos fundos do lugar, acompanhada de uma menina.


- Quem são eles, mamãe?

- Ei, seus bagunceiros, fora daqui ou eu chamo a polícia! – gritava ela.

A mulher era jovem, de pele morena e cabelos escuros. Vestia um simples e bonito vestido, que era cheio de detalhes coloridos sobre um fundo branco. Já sua filha tinha a pele mais clara, mas o cabelo era igualmente escuro. A menina tentava se aproximar dos intrusos, mas sua mãe a barrava.

- Ei, Lily, senhora Colins, sou eu, o Ralph. – disse saindo do esconderijo.

- Ah, Ralph, é você, que susto! Mas quem são esses?

- São Richard e Ellie, e o Nick a senhora já conhece.

- Olá Nick e Ralph. – cumprimentava a menina.

- O que é que vocês estão fazendo, tem noção do susto que levei? Eu estava almoçando!

- É que... nós estávamos fugindo.

- De quem?

- É uma longa história. – falou Richard – Mas e agora, como vamos andar por aí sem sermos reconhecidos?

- Precisamos ficar diferentes... – sugeriu Elie.

- Aí complica, deixei minha mochila com o Booker. Precisamos de um plano, e bem rápido!

Nick o olhou e em seguida cochichou para Ralph, que também cochichou ao pé do ouvido da mulher, que era chamava de Marta Colins.

- Hum, eu até posso fazer isso, mas não posso sair no prejuízo. – dizia ela.

- Por favor, senhora Colins, eles são meus amigos e estão precisando de ajuda! – explicava Nick.

- É, os outros caras parecem ser perigosos... e depois ajudamos a acertar tudo. – completava Ralph.

- O que é que vocês estão falando? – perguntava a garota um tanto curiosa.

A mulher então fitou a Richard e Ellie, que estavam sentados no chão, ainda ofegantes, medindo-os dos pés a cabeça.

- Tenho um modelo perfeito para você, querida! – disse sorrindo, puxando a garota.

- Vem tio, nós vamos te ajudar!

Sem lhes dar chance de protesto, cada um foi puxado para um lado da loja: Marta e Lily mostravam diversas peças de roupa para a garota, que ainda estava confusa, enquanto Ralph e Nick ajudavam Richard. Em alguns minutos, ele volta totalmente diferente, usando calça jeans mais clara, camiseta branca e uma camisa de cor clara por cima.

- Eu mereço, eu mereço... – ironizava, vendo Lele rir em sua frente – E é melhor você parar, se não entra na festa também.

- Tá bom, parei, parei... Seu estraga prazeres.

- Mas onde está Ellie?

- Estou aqui, mas não vou sair! – gritava de longe, escondida.

- Mas por que não, querida? Você está linda! – dizia a mulher aproximando-se do garoto – E seu amigo também. Não vai fazer essa desfeita, vai?

- Mas eu... estou me sentindo ridícula!

- Como ousa falar mal do gosto da minha mãe?! – indignava-se a filha.

- Calma Lily, não é uma questão de mal gosto, e sim de estilo, ela não está acostumada com ele, por isso acha estranho, mas fique sabendo que você está deslumbrante! – redirecionou-se ao fundo da loja.

Então, em passos bem tímidos, sendo acompanhada bem de perto por Fabí, ela começou a se aproximar; se não soubesse que era sua amiga, o garoto não a teria reconhecido: ela vestia uma saia rodada em tons de creme, que lhe ia até os joelhos, uma regata branca com renda, sandálias de corda, algo que era muito visto em turistas, e um chapéu creme, com um delicado laço rosa.

Ela aproximou-se acanhada, entrelaçando os dedos. Richard não conseguira esconder seu olhar admirador; nunca a tinha visto assim e não imaginava que era ela tão linda. A garota, ao perceber o olhar dele, ficou com o rosto mais vermelho do que já estava, desviando o olhar.

- É, eu sei, estou parecendo uma idiota, não estou muito acostumada a usar saia... – disse tentando esconder o rosto por debaixo do chapéu.

- Não! Na v-verdade, você está... linda. – disse sem jeito, ainda estático.

- O-obrigada... – agradeceu surpresa, ficando com o rosto ainda mais vermelho.

- Se vocês quiserem, nós vamos embora. – brincou Nick, recebendo um olhar de fúria do garoto.

- Nós temos que ir, tem muita coisa ainda para fazer. – disfarçou ele.

- Muito obrigado por tudo, senhora Colins. – agradeceu Nick e Ralph.

- Ah, não tem problema, ajudar o ídolo da minha filha foi um prazer, só não se esqueçam de trazer as peças de volta! – disse, vendo Lily correr fascinada em direção ao garoto.

- Me dá um autógrafo? – dizia ela com um brilho no olhar.

*****

Feito isso, Nick, Ralph, Ellie e Richard saíram da pequena loja. Estavam receosos de andar por entre as ruas, mas ninguém ali parecia os reconhecer os garotos, o que os tranquilizava.

- Lele, acho melhor você ficar com o Nick, assim vão nos notar menos. – sugeria a garota.

- Ele fala e carrega um Ukulele azul, isso já não chama muita atenção? – caçoou o garoto, recebendo um arranhão do Pokémon. – Ai, isso dói!

- É, suas palavras também, deveria saber usá-las melhor! – falou emburrado, indo até o menino.

- Nossa, mas eu disse brincando...

- Ele sabe disso, mas você não sabe medir as consequências de suas palavras, e isso pode ser algo muito ruim. – disse encarando-o e soltando sua Pichu no chão, que correu para longe.

- Para onde é que ela foi?

- Se esconder, vai voltar quando achar seguro.

- Não é mais fácil colocá-la na pokéball?

- Ela não tem uma, como vou fazer isso? – disse indiferente, percebendo o olhar surpreso do garoto – O que foi?

- Então aquela Pichu não é sua, ela não tem dono?

- Para um Pokémon ser seu, ele não precisa necessariamente estar dentro de uma pokéball, e a Fabí não é só mais um Pokémon para mim, é tudo o que tenho. – disse com um leve sorriso – Desde que me conheço por gente essa Pichu está do meu lado, e nunca precisei de pokéball nenhuma para que ela continuasse comigo, ela é minha melhor amiga, parte da família...

- Engraçado, isso me faz lembrar uma pessoa...

- Quem?

- Nada, esquece...

- Gente, vou comprar algumas coisas para o Mestre ali e já volto! – falou Nick, chamando a atenção dos dois e puxando Ralph em direção ao mercado.

Os dois ficaram de frente a um restaurante, recostados em uma mureta de outra pequena loja daquele lugar. Ainda estavam sem jeito um com o outro, evitando olhares diretos.

- Droga, me sinto horrível de saia! – bravejou.

- Mas você fica bem assim, aliás, muito bem. – disse observando-a.

- Hum, falou o expert em moda. – brincou.

O garoto virou o olhar na direção oposta a ela, disfarçando, mas percebeu que dois Pinchers os observavam e cochichavam um para o outro. “Será que eles descobriram?”. Ele avisou a garota, que começou a observá-los com cautela.

- Talvez estejam só suspeitando, mas é melhor não ariscarmos! – sussurrou ela.

Com passos lentos, foram se aproximando da entrada do restaurante, sendo seguidos pelos dois homens uniformizados. Num ato imprudente, começaram a correr, ainda sendo seguidos. Desviaram o caminho para a rua principal, entrando em um beco, abrindo e adentrando na 1ª porta que viram. Quando perceberam, estavam dentro do restaurante que viram há pouco. Por dentro ele era mais bonito do que por fora, com paredes escuras, em tons vinho. Cada mesa tinha velas acesas sobre elas, além das que existiam nas paredes, e uma grande pista de dança se destacava no local, a qual estava com várias pessoas.


- Olha só pessoal, mais um jovem casal para nos encantar neste show de dança! – dizia um homem no centro do palco, com um microfone nas mãos.

Richard tentou se esconder, tanto pelo que o homem disse quanto por ser ele que sempre apresentava as batalhas do campeonato do Renbow Festival, ficando com medo de ser reconhecido.

- Como? Dançar?! – perguntou ela surpresa.

- Nós não somos um casal! – gritou, mas a música alta fez mais parecer um sussurro – E eu não sei dançar...  – disse acanhado.

- Não sabe?

- Desculpe se eu não sei de tudo... – sussurrou bravo.

- Vem então, eu te ensino. – falou estendendo-lhe a mão, com um belo sorriso.

Ele a olhou desconfiado, ainda preocupado com os Pinchers, mas viu naquele sorriso a animação dela, estendendo a mão receoso. Com um movimento rápido, Ellie pegou em sua mão e o puxou para bem próximo de si, esbarrando por acidente, deixando-o estático e com o rosto vermelho. Ela ficara sem graça com a proximidade, sentindo seu rosto queimar, olhando fundo em seus olhos.

- E então, professora, estou esperando... – dizia ainda sem jeito.

- Ah, claro, claro... – disfarçou, vendo que ele também estava nervoso – Bom, em primeiro lugar, você tem que relaxar.

- E como você quer que eu relaxe se ainda a pouco estávamos fugindo?

- Não se preocupe, eles não vão fazer nada aqui, e isso pode até ajudar a despistá-los. – sorriu – Você tem que soltar o corpo e deixar que a música te leve.

Da forma mais graciosa possível, Ellie começou a dançar, tentando animá-lo, mas este somente observava, um tanto encantado.

- Você dança muito bem, sabia?

- Já tive aulas de dança, e também vi algumas apresentações por aí, então acho que sei um pouquinho... – brincou

- Por aí? Então quer dizer que você já viajou?

- Pode-se dizer que sim, bastante até.

- Olha só, quem diria, então quer dizer que você é rica? Por que, pelo que eu sei, esse tipo de coisa não é muito barata.

- Bem... mais ou menos – respondeu, deixando visível que aquele assunto lhe incomodava – Mas pode acreditar, não é tudo o que parece ou se imagina, e não trocaria isso por nada!

- Hum, isso o que? – perguntou curioso.

- Tudo! Minha liberdade, as novas amizades, como você... – falou sem jeito – Nada do que eu tinha antes pode substituir isso.

Mesmo surpreso com o depoimento, o garoto agora se animava cada vez mais, seguindo-a pela pista, sem se importar com mais ninguém. Eles se esqueceram totalmente dos Pinchers e até dos meninos, só não queriam que aquele momento acabasse.

Richard acabou que por pegar o jeito, empolgando-se, os dois começaram a dançar e girar, rindo a toa, sem olhar para nada e ninguém, embalados com o clima e a batida da música. Enquanto ele a segurava para rodopiar, ela dava passos graciosos, fazendo sua saia girar, encantando a muitos do salão. Porém se esqueceram de que não estavam sozinhos lá, e Richard acabou esbarrando em outro casal, perdendo o equilíbrio e empurrando Ellie. Antes que os dois caíssem no chão, ela segurou-se rodando seus braços em seu corpo, e ele, em contra partida, a puxou pela cintura, firmando o pé no chão. Fora tudo tão rápido que os olhares nem perceberam a quase queda deles, pensando até que era um passo da dança.

Eles pararam estáticos, com os corpos colados e os rostos muito próximos um do outro, ficando corados quase que imediatamente, enquanto se entreolhavam. Ela sentia o rosto queimar pelo fato da proximidade e de como ele a segurava, com o coração batendo rápido em seu peito, enquanto ele ainda estava tão surpreso que não sabia o que pensar. Estava ofegante e sentia seu coração bater forte, mas não sabia dizer se era só o seu ou o dos dois que batiam juntos ao som da música. Sentiu algo estranho, diferente, enquanto olhava fundo nos olhos da menina, cuja cor o hipnotizava. Os dois só saíram do transe quando viram que a música acabara e todos aplaudiam, os fazendo se endireitar, acanhados.

Antes que pudessem sair, viram Nick e Lele na entrada, que aplaudiam rindo.

- O Ralph já foi para casa, está quase escurecendo, sabia? – explicava o menino enquanto eles caminhavam de volta para os arredores da cidade.

- Não acredito que passei o dia inteiro aqui! – bravejou ele.

- Fale o que quiser, mas eu gostei, e muito... – falou baixo, com o rosto virado para o lado oposto ao deles.

Com o princípio de noite, decidiram dormir na casa de Booker e partir na manhã seguinte. Richard estava preocupado com a investida dos Pinchers, pensando também no nos mistérios do livro e o que eles queriam dizer, mas não conseguia tirar os incríveis acontecimentos do dia de sua mente, de como se sentira com Ellie, o que o deixava curioso e espantado ao mesmo tempo, mas também não se continha em poder sentir isso de novo, relembrando que já sentira coisa estranhamente parecida, em épocas passadas há vários anos em sua vida.





Notas da Autora
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