Posted by : Zyky Dec 2, 2012

Velhos e Novos Amigos



Vários dias haviam se passado desde a explosão. Ellie já estava pronta para outro confronto, enquanto Richard ainda tinha curativos visíveis pelo corpo. Ele agora estava cuidando de seu belo Flygon, que estava do lado de fora do galpão, que era nos fundos da casa, sendo observado pela garota, que admirava a criatura, e talvez não só ela.

- Você gosta muito desse Flygon, não é? – disse quebrando o silêncio.

- Ele e muito especial para mim. – respondeu – Meu pai me contou que, logo depois de se tornar Rangers, recebeu a missão de salvar um Trapinch perdido em Almia, e depois disso, ele nunca mais foi embora. Também foi assim que conheceu minha mãe... Quando o conheci, já era este grandão aqui, certo Flygon? – dizia acariciando o Pokémon – Devo minha vida a ele; na verdade, essa foi a última ordem que recebeu do meu pai: me proteger, antes de dá-lo para mim, antes que o matassem... – disse cabisbaixo.

- Então é sério? – perguntou aproximando-se, escorando em uma bancada – Vai mesmo atrás deles? Quer dizer, do jeito que você me falou, mesmo sem saber se foram eles mesmo?

- Agora mais do que nunca! – respondeu severamente – Antes eu ia só te ajudar, mas agora, com o que descobri, eu preciso ir atrás dos Pincher, descobrir quem eles são, o que querem, e acabar com tudo.

- Olha, se eu fosse você, pensaria bem antes de tomar essa decisão. Também quero acabar com os planos deles, sejam lá quais forem, mas não podemos subestimá-los. Olhe só para você – disse apontando para um curativo no braço dele – poderia ter morrido! Devemos ter um plano para encontrá-los e derrubá-los, se não podemos nos encrencar mais do que já estamos... e eu sei muito bem disso, sei do que podem ser capazes.

- E por que deveria dar ouvidos a você? – retrucou grosseiramente – Você nem me conta sua relação com os Pinchers, por que eu deveria confiar?

- Eu já disse, tenho meus motivos... – sussurrou virando o rosto para o lado, com o olhar distante.

- Ei, Rick! – gritava Lele correndo, ao lado de Fabí, quebrando o clima pesado que ficara no lugar.

- Parece que alguém conseguiu aprender a falar meu nome. – brincou recebendo Lele em seu ombro.

- Eu disse que iria aprender... Olha só que legal, Nick e Booker conseguiram consertar!

Lele então puxa de suas costas seu Ukulele azul e começa a tocar. A melodiosa música pareceu espantar toda a briga e discórdia do local, acalmando a todos. Ninguém se atrevia a falar para ele parar de tocar, a canção transmitia uma paz incrível, e o Pokémon estava disposto a parar, parecia gostar muito do que fazia. Enquanto todos apreciavam a música, Nick chega correndo, aos berros:

- Tio Rick, tio Riiiick!

- O que foi? – perguntou bravo, tanto por ter que parar as músicas quanto por ser chamado de tio.

 - Vem ver isso! – gritou e voltou a correr indo em direção a frente da casa, sendo seguido pelo resto.

- Ei Richard, venha cá, acho que você tem visita... – dizia Booker olhando para cima.

Ao olhar para o alto, era possível vê que algo se aproximava. Um enorme Pokémon, do tamanho de um dinossauro, estava sobrevoando-os, e de lá se ouviu uma voz:

- Eeeeei Rick!!! – gritava alguém nas costas do Pokémon.

- Essa não... – lamentava-se ao reconhecer a voz.

O Pokémon então pousou entre eles, levantando uma fina poeira. Ele era grande, quadrúpede, tinha o corpo marrom e um pescoço longo. Em suas costas havia longas folhas de palmeiras, algumas criando um colar, outras delas servindo como asas. Sua cabeça era revestida pó um capacete de folhas verdes e berries amarelas estavam penduradas no alto de seu pescoço, exalando um doce aroma.

Art by: spiffychicken

De suas costas pulou um garoto mais velho que Richard, sorrindo bastante. Tinha a pele clara, olhos e cabelos castanhos, que se arrepiavam em um topete, segurado por uma bandana vermelha. Nessa bandana havia um moderno óculos de proteção e ele usava roupas que pareciam com as do Rand, só que com um modelo e cores diferentes: seu uniforme era azul com vermelho, tinha um colete também vermelho com detalhes amarelos e tinha um aparelho preso ao pulso, assim como o Pokémon Ranger, só que em um modelo diferente, tendo as mesmas cores de seu uniforme. Ele aproximou-se com um grande sorriso no rosto enquanto Richard o olhava indiferente.


- Só pode ser piada...

- Eai Rick, beleza? Não vai me dar as boas vindas?

- Humpf... seja bem vindo, Ben. – dizia sarcástico.

- Trrooooo! – grunhia o enorme Pokémon.

- Olá para você também, Tropius...

Todos olhavam intrigados: “Quem é ele e como conhece o Richard?” pensavam, enquanto o garoto continuava a encarar o rapaz, que agora o encarava de volta, sem tirar o sorriso do rosto.

- Eita, isso é jeito de se receber alguém da família, primo?

- Primo?! – indagou Ellie surpresa, chamando a atenção do rapaz, que correu em sua direção, fazendo pose de galã.

- Perdão, linda senhorita, deixe que eu mesmo me apresente: sou Benjamin Ferysen, o mais novo Pokémon Ranger da região, descendente de uma linhagem de incríveis Rangers, todos muito bem reconhecidos, mas pode me chamar só de Ben. – falava suavemente, beijando a mão da garota, que ficou sem graça.

- E-eu...

- Pelo amor de Arceus, Ben, você não mudou nada? Deixe Ellie em paz, ela não é para seu bico de Fearrow! – bravejou puxando-o para longe dela, que tentava entender o que acontecia, agora principalmente com o que Richard dissera.

- Por que não nos apresenta seu primo? – ria Booker.

- Tudo bem, mesmo ele já tendo feito isso... Esse aqui é o Ben, meu primo de Hoenn, mas pelo que lembro, você tem outro nome também, não é? Acho que começa com N...

- Não se atreva a dizer meu segundo nome, se tem amor à vida. – interviu rápido, voltando logo em seguida com seu grande sorriso – Mas vei, a quanto tempo que não a gente não se via, né? A última vez que apareci por aqui foi a uns 3 anos atrás, quando meus pais vieram te visitar, no seu aniversário. Depois disso entrei na Academia Ranger e nunca mais soube de você.

- E olha só quem finalmente conseguiu se tornar um Ranger... – provocava ele.

- Claro que consegui mano, eu te disse... Ok, admito, foi mais complicado do que pensei, mas sou um Ferysen, você sabe como o sobrenome Ferysen é conhecido na Ranger School, e mesmo negando isso, deveria seguir no mesmo ramo, se daria bem lá fácil, fácil... Ei que tal me apresentar essa galera aí?

- Claro, claro. – falava irônico – Estes são Booker e Nick.

- Ei, me lembro do coroa – acenou amigável – mas e aquela linda moça? – perguntou olhando para ela, que corava, tentando se esconder atrás de Booker.

- O nome dela é Ellie, ela é minha... amiga. E vê se tira esse seu olho mulherengo de cima dela!

Ela não sabia o que fazer; enquanto Bem parecia lhe cantar falando mais gírias do que ela conhecia, Richard a defendia, “Mas por que essa atitude?”. Antes que pudesse protestar, uma suave e delicada voz foi ouvida das costas do Pokémon:

- Ei Ben, será que eu já posso descer?

- Cacilda! – gritou correndo – Desculpa vei, esqueci de você!

- De novo... que bom, né? – retrucou irônica.

Ben se aproximou de seu Tropius e ajudou uma garota a descer. Chegando mais perto Richard se surpreendeu com o que viu, algo que não lhe era comum: uma linda garota, um pouco mais velha que ele, acompanhava seu primo, com um Pokémon felino enrolado em seu pescoço.

Eles usavam o mesmo uniforme, só com alguns detalhes diferentes. Usava uma fita amarela amarrada ao pescoço, ficando com as pontas soltas com o vento. Sua pele era clara e seus cabelos eram curtos, repicados com uma longa franja, castanhos como chocolate, assim como seus olhos.

O Pokémon em seus ombros era um felino de pelagem lilás e bege. Suas orelhas quase desapareciam em meio aos tufos de pêlo em sua cabeça de tão pequenos, um sinistro e penetrante olhar esmeralda, além de uma cauda com uma terminação parecida com uma foice. A moça ostentava um delicado sorriso ao se aproximar, deixando-o hipnotizado por um momento. Ellie, ao perceber a súbita mudança de comportamento do garoto, encarou os dois, “Homens...”.


Art by: aocom

- Olá a todos. – dizia sorridente.

- Quero apresentar minha parceira: Summer e seu Purrloin; Sun, este é Richard, meu primo que te falei.

- É uma enorme honra conhecê-lo. – dizia curvando-se em cumprimento.

- P-prazer... – dizia sem jeito.

- Ah, e estes são Booker, Nick e Ellie. – terminou piscando para a garota, que não prestou atenção devido ao fato de olhar desconfiada Summer e Richard.

- Prazer em conhecê-la, Summer. – cumprimentava Booker educadamente.

- Vocês podem me chamar só de Sun. – dizia sorrindo.

- Conheci ela logo depois de sair da Academia, quanto, digamos, me tirou de uma pequena encrenca... – riu sem graça – Mas ela é incrível, um verdadeiro prodígio! – elogiava Ben.

- Não fale assim que eu fico sem jeito... Só faço meu trabalho.

- Então deve fazê-lo muito bem. – acrescentou Richard.

- Mas me inspiro em seus pais, eles eram fantásticos! Anda lamento a morte deles... foram minha motivação para me tornar Ranger.

O que Summer disse fez Richard, pela primeira vez desde o começo da conversa, tirar a atenção da garota. Ellie sabia qual era o tamanho do impacto nele quando entravam nesse assunto, ainda mais depois de suas últimas descobertas, mostrando seu semblante de desaprovação. Ben, ao perceber o clima que se instalara ali, resolveu trocar de assunto rapidamente:

- Mano, como você mudou nesse tempo... Cresceu bastante, mas ainda não chegou no meu nível – brincou – mas o que isso importa, né? Tu já conseguiu até uma namorada!

- O quê?! – disseram Richard e Ellie em coro, surpresos.

- E-ela não é mi-minha namorada! – gaguejava nervoso, com o rosto corado ao olhar para a garota, que desviava o olhar.

- É mesmo? Então por que se tá gaguejando tanto? Tá com vergonha de alguma coisa? – provocou.

- Pode parar! Já conheço esse seu joguinho e não vou mais cair nele! – gritava bravo, com o rosto muito vermelho.

- De onde você tirou isso? Nós somos só amigos... – retrucou ela, voltando a ficar corada, querendo ser um Digglet e sumir por debaixo da terra.

- Ben, por favor, porte-se como um Ranger! – dizia Summer levando as mãos à cintura.

Booker ria da situação enquanto Nick olhava meio confuso para todos. Lele, em silêncio, observava tudo com atenção, achava engraçada a atitude dos humanos, mas sua atenção foi chamada por um som, um som que só ele conseguia ouvir até o momento pelo fato de suas grandes orelhas captarem o menor dos ruídos. Ele observava apreensivo, aquilo lhe era familiar. Enquanto a garota tentava disfarçar, afastando-se dos garotos, viu Fabí olhando fixamente para cima, com um olhar temeroso. Ao conseguir ouvir o som, chamou a atenção de Richard que, ao olhar para o céu, viu um grupo de Pinchers sobrevoando-os, indo para uma área distante da ilha. Bem e Summer foram comunicados pelo aparelho em seus pulsos, subindo rapidamente nas costas de Tropius e levantando vôo, inda na mesma direção. Lele, claramente bravo, começa a correr desenfreadamente, sendo agarrado por Richard alguns metros a frente.

- Me solte! Eu tenho que ir atrás desses humanos! – gritava, faiscando suas bochechas.

- Para que? Chegar lá e ser pego também? Não podemos ir atrás deles ainda!

Depois de muito relutar, acaba desistindo, sentando na areia da praia, com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu quero... eu preciso ajudar meus amigos... – choramingava.

Ellie correu rápido até o pequeno Pokémon, pegando-o no colo e o abraçando-o com força.

- Eu sei como se sente, sei como é ver tudo o que você mais ama ser tirado e levado para longe, mas não se preocupe, você vai ajudá-los, e vamos te ajudar também.

*****

A tarde finalmente começava a cair, fazendo todos da cidade se recolher para o aconchego de suas casas. Richard agora repousava em sua cama, fitando o teto pensativo. Ainda conseguia sentir as dores de suas queimaduras, mesmo com todo o tratamento de Booker. Ele sentou, pensando em tentar trocar seus curativos, quando Ellie abre a porta, entrando no quarto.

- Rick, Booker está te chamando para... – olha e o vê tirando sua camisa, virando envergonhada – Me desculpe, eu deveria ter batido e...

- Não, não tem problema. – interrompeu – Na verdade, eu ia procurar alguém para me ajudar...

- Você, pedindo ajuda? – questionou virando-se.

- É q-que... eu não tenho como alcançar as queimaduras das minhas costas! – disfarçou.

- Tá, tudo bem, eu ajudo. – sorriu, sentando-se atrás dele.

Cuidadosamente, ela começou a retirar as ataduras que envolviam partes de seu corpo e braços, revelando algumas feridas ainda grandes demais pelo tempo de tratamento.

- Nossa, eu... não imaginava que ainda estavam assim.

- Estão, e Booker disse que não vai me deixar ir embora enquanto não melhorarem.

Parando alguns segundos para pensar, ela levanta e pega algo em sua bolsa, mostrando-a para o garoto.

- Você confia em mim?

- Por quê? – perguntou confuso.

- Isso é uma pomada, feita de algumas berries e ervas especiais; uma pessoa muito especial me ensinou a fazê-la quando eu ainda era pequena, porque, vamos dizer, eu me machucava bastante. – riu – Ela ajuda na cicatrização de qualquer tipo de ferida de uma forma bem mais rápida que o normal, mas tem um pequeno detalhe...

- Qual?

- Ela é muito forte, e com esses machucados grandes, não sei o que você pode sentir. E então, confia em mim?

- Ainda não entendi o porquê da pergunta.

- Não quero você reclamando para mim depois porque sentiu dor ou qualquer coisa do tipo. Vou perguntar só mais uma vez, e quero uma resposta decente: você confia em mim?

- Eu – hesitou, virando a cabeça e pensando um pouco – ... confio.

Então, delicadamente, Ellie começou a passar a pomada, que exalava um cheiro forte. Quase que imediatamente Richard começou a sentir uma grande queimação na área onde estava sendo aplicada, cerrando o punho e entendendo então o que ela estava querendo dizer.

- Quer que eu pare?

- Você não me conhece? Eu nunca desisto, não importa o que seja!

- Você não tem jeito, isso sim. – riu.

Com o passar do tempo, a dor foi diminuindo até ficar suportável. Ele então começa a prestar atenção no que a garota fazia, despertando sua curiosidade.

- De onde você veio para saber de tanta coisa assim? – perguntou ele.

- Ora, que pergunta! Eu sou daqui de Oblivia mesmo.

- Você está brincando? – virou-se surpreso.

- Mas é isso mesmo, por que a surpresa?

- Bom, talvez porque você nunca me disse, e quando eu perguntei você não foi lá muito educada. – provocou.

- Se você aprender a pedir com jeitinho, eu até penso em responder suas milhares de perguntas. – brincou, sujando seu rosto – E por que isso é tão importante se você confia em mim, faz alguma diferença?

- Talvez... – questionou, fazendo Ellie se calar, que virou de frente para ele e passando a pomada em uma ferida que se estendia do ombro ao peito.

O garoto aproveitou a oportunidade e começou a observá-la com mais atenção, até ela perceber.

- Você está me deixando sem graça.

- Como?

- Por que você está me observando tanto?

- É que, sei lá, posso jurar que já te vi em algum lugar.

- A região não é lá muito grande, deve ser por isso...

- Não, não, tenho certeza que já te vi, talvez há alguns anos. Se eu soubesse seu sobrenome, quem sabe eu não me lembraria?

- Meu sobrenome não é importante. – disse ríspida, mudando de semblante.

- E por quê?

- Porque sim. – falou, e viu que ele olhou atônico – Eu... não tenho muito orgulho dele, muito menos de quem o me deu.

Richard agora a observava confuso, “Como assim ela não se orgulha? Como alguém pode não gostar de sua própria família?” pensou, vendo que ela ficara um pouco triste.

- Então foi por isso que você... fugiu? – perguntou, chamando a atenção dela.

- Não! Quer dizer, mais ou menos, e-eu... – hesitou – ah, esquece vai. – respondeu cabisbaixa.

Já que o assunto lhe abalara, o garoto resolveu não fazer mais perguntas, deixando Ellie terminar seus curativos, que ficaram melhores dos que os outros. Booker os chamou para jantar, mas ela não quis, dizendo estar sem fome, ficando sozinha no quarto, e quando voltou, ela aparentava já estar dormindo.

Deitado, o garoto tentava dormir, mas seus machucados ainda o incomodavam, mesmo sendo menos do que antes. Pensou em ver se ela estava bem, mas então ouviu barulhos estranhos vindos de fora.

- Ei, Drifloon, vai devagar! – sussurrava alguém do lado de fora, bem próximo a casa – Ai, calma, cuidado com a árvore... ah! – parou, sendo possível ouvir o barulho de algo batendo em uma árvore que fica perto da janela.

Antes de tentar se levantar para ver o que era, Ellie já estava na janela:

- Será que você não consegue ser mais silenciosa? – perguntou sussurrando.

- Ai, desculpa, é que o Drifloon não voa muito bem, é difícil controlar um balão. – respondeu uma voz fina de menina.

- Driiiifl... – grunhiu o Pokémon, tendo a boca tampada.

Vendo que Ellie parecia conhecer a intrusa, ele ficou deitado, imóvel, ouvindo a conversa atentamente.

- O que você veio fazer aqui?

- Fiquei sabendo do que aconteceu e vim ver como você está.

- Mas como?

- Não há nada que aconteça nessas ilhas sem que eu fique sabendo. – disse a desconhecida com um leve riso – Mas e então, está tudo bem com você, Ellie?

- Na medida do possível, sim...

- O que houve, ele descobriu alguma coisa?

- “Ela sabe de mim?!” - questionou Richard em pensamento.

- Não, ainda não, mas me sinto mal escondendo tudo de todos, só que não posso contar sem colocar as pessoas ao meu redor em perigo... Você é uma e sabe muito bem disso!

- Sei, mas não se preocupe, sei me defender sozinha. – riu.

- Sei... Sabe, às vezes chega a ser engraçado essa vida de fugitiva, não sendo eu mesma, acabo descobrindo tantas coisas, inclusive sobre ele, como hoje, que seu primo Bem veio se apresentar como Ranger.

- Soube disso também, e até já o conheci, ele é muito engraçado. Mas... como andam as coisas ele? – e a última palavra saiu em um tom sugestivo.

- Ele me faz tantas perguntas! – disse rindo levemente – Me perguntou hoje sobre minha família... Se eu tivesse uma!

- Ora, mas você tem, gostando ou não.

- O dia em que ele me tratar como filha eu penso se quero fazer parte do que ele chama de família! – bravejou alterada.

- Não fale assim, ele se preocupa com você, tenho certeza! Não duvido nada que ele esteja muito preocupado desde que você fugiu. – animava a outra garota.

- Eu penso nele todos os dias, mesmo não querendo... – continuava; sua voz era triste, parecia engolir suas lágrimas – Sinto saudades dele, de quando nós éramos felizes, antes dele fazer aquelas coisas horríveis... antes de eu descobrir tudo.

Então o silêncio reinou. O garoto tentava entender tudo o que ouvia, “De quem elas estão falando e o que essa pessoa fez de tão ruim?”, mas parou para prestar atenção quando ouviu baixos soluços, identificando como os da Ellie.

- Ah, Ellie, por favor, não chore. Acho que tenho boas notícias!

- Tem? Quais? – perguntou com a voz trêmula.

- Eu andei pesquisando sobre Celebi como você havia me pedido, e descobri coisas interessantes! Parece que está envolvido em uma antiga profecia, ainda mais por ser um dos guardiões da região, e também vi sobre um importante acontecimento do passado de Oblivia ou alguma coisa parecida, mas não sei nada de história antiga, então só entendi até aí.

- Achou algo que falasse sobre esse meu problema?

- Ainda não, acho que vou pedir ajuda para minha mãe.

- Tudo bem, mas vê se não dá bandeira, ein? – brincou.

- Pode deixar! Boa noite, e durma com Cresselia.

- Boa noite... – sussurrou.

Ellie voltou para sua cama, na ponta dos pés, deixando tudo em silêncio novamente. Richard agora estava mais pensativo do que antes, tentando entender no que ela estaria envolvida e se ele mesmo não estava envolvido também, por que não podia falar nada para ninguém, que mistérios guardava e o que mais ela escondia.

“Será que posso mesmo confiar nela?”





Notas da Autora
Capítulo 6 | Capítulo 8

{ 5 comments... read them below or Comment }

  1. Enfim entrei em dia! Olá Zyky!

    Parece que finalmente você está terminando uma etapa importante da história. Os problemas recentes foram indispensáveis para suas pretensões, uma vez que nos fizeram conhecer melhor seus protagonistas e dar mais cara ao enredo com o qual você quer trabalhar. Acredito até que daqui pra frente as coisas se tornem bem mais simples para você poder criar.

    Esse Ben é uma comédia! Quero ler mais capítulos com ele. É o galã entre os Rangers? Uma espécie de Brock, digamos... E a Sun é belíssima! Fora que parece ser uma menina tão meiga...

    Bom Zyky, acho que já disse isso em quase todos os capítulos até aqui, mas a história está excelente. Até o próximo capítulo!

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  2. ZYKYTA!
    Epa, to um pouco atrasadinha com os comentários não? Mas, relaxe, isso não vai mais acontecer porque agora eu finalmente estou de F É R I A S!!!!! kkkk E você sabe como tava corrido... enfim.

    Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeen, seja bem vindo seu lindo da Zykyta!! (isso aí, que fique claro que ele é dela e ela tem ciumes, eu bem sei..)
    Você é o Ranger mais legal que existe ta? Ta.

    E Summer... é... né... Bem vinda.

    Ellie sempre misteriosa sobre o seu passado e a sua familia. Oh céus.

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  3. Shadow \o/ Cara, não sei se usaria o termo "mais simples" pra daqui para frente, pq ainda tem mta treta pra rolar XD E o Ben é perfeito, não é? *U* Espere só, ele ainda tem mto pra nos fazer rir XD Sun é alguém extremamente competente e delicada, mas digo algo q se aplica a todos os personagens: cuidado, pq eles podem t surpreender! =O

    Jac, não fique espalhando isso por aí u_ú Mas a qm eu quero enganar, O BEN É MEU MSM! E cuidado com o q vc diz, principalmente sobre alguns (ou algumas, se é q me entende ¬.¬) personagens, pois podem soar como spoilers... acho q já disse d+ =x

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  4. Ótimas descrições para cada um dos personagens, o Ben e a Summer tiveram suas personalidades muito bem colocadas, acho que aos poucos esse grupo de Rangers irá sendo formado até que venham a se tornar uma grande equipe! E juro, demorei para me tocar que esses dois seriam aqueles protagonistas dos games em Oblivia, mas convenhamos... Eu sou mais Richard e Ellie kkk Zyky, já imaginou tendo sua fic chegando aos vinte capítulos? Nossa, até lá vai ter mudado muita coisa, estamos só no nono e eu ainda sinto que tato vai mudar... Não posso esconder que minha cena favorita foi aquela em que a Ellie entrou no quarto e o Richard pediu para ela trocar as ataduras. Foi tipo assim: Você confia em mim? *-* OMG!! Que cena linda!! Romance, por que você só chega na hora certa? Adorei esse pedaço mais que tudo! kkkk

    Essa frase tem força, não? Enfim, vamos deixar os momentos épicos de lado e comentar só sobre esse trecho final... Sinto que tem muita coisa pra acontecer, e que no fim das contas você poderia... Não me diga que poderia fazer a Ellie ser como uma vilã? kkkkkkk Ai, ai... Não, não. Quero dizer, eu espero que não, mas vai saber. Seria uma jogada épica, trabalhar com personagens e jogá-los como uma arma letal para derrubar aqueles que amamos. Vamos ver no que vai dar, adorei o mistério assim. Quero ver esse grupo sendo formado aos poucos, e será que eu posso contar com ainda mais personagens na equipe? Continue com o ótimo trabalho, Zyky. Beijos!

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  5. Já pensou no Ben como o protagonista do contra? Não? Nem eu XD Queria protagonistas diferentes, e acabou que as imagens dos protagonistas do game ficaram mto bem neles, vai entender...
    20 capítulos? WOW! Bom, se bem que 20 capítulos escritos eu já tneho, agora só falta postar =3 e pode acreditar, mta coisa acontece até lá -w- "Você confia em mim?", essa EU notei num caderninho d frases memoráveis XD (romance, mal posso ver seus movimentos u.u)
    A Ellie sendo vilã? Hmm, não é lá uma má ideia... kkkkkk Brincadeira, ela já tem todo o seu futuro traçado, dependerá da consciência de cada um se ela será uma vilã ou alguém do bem, ou até...
    Até!

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