Archive for November 2012

Notas da Autora - Capítulo 6



Yeeeei! ^^

AVISO: Spoiler ON!

[surto em 3, 2, 1...] AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE LELE, SEU FOFO, LINDO, FINALMENTE VC APARECEU, VIVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! T AMU SUA COISA PEQUETUCHA AMARELA *-----------*

Sim, pessoas amadas, ele fala! Surpresos? Admito que essa ideia foi uma das que eu precisei de ajuda para ter... O Ukulele Pichu, no jogo, é a coisa mais lindamente fofa que existe, vê-lo pular e tocar o ukulele na hora da captura é tudo de bom, então ele teria que ser especial na história, não só mais um Pokémon que aparece (tudo bem que ele usa um ukulele, e isso já chama muita atenção). Pensei em várias coisas, mas então, conversando com meus amigos na escola, tive a brilhante ideia de fazê-lo falar! Afinal, tem como um Pokémon se destacar mais do que falando? "Ele será como o Meowth da Equipe Rocket do anime?" Não, pelo contrário, será mais, muito mais! X3

O que mais falar desse pequeno que busca por justiça? Ele com certeza dará aquele toque cômico que todos gostam, mas não pense que ele só veio para nos fazer rir, um Pichuzinho muito inteligente como esse tem seus momentos (e que momentos, diga-se de passagem).

Own, o Richard tem coração... Brincadeira, mas deu para ver que ele não é tão chato quanto parece, não é tio Rick? XP O Nick é outro que veio para alegrar todo mundo com seu jeitinho alegre e humilde.

Esse capítulo poderia ter se chamado Problemas em Dolce Island - Parte 3, porque, pelo jeito, é só pisar nessa ilha que alguma coisa acontece, mas dessa vez foi um pouco mais... sério. Os Pinchers estão com a bola toda, é melhor tomar cuidado, mas será que Richard está certo em sua teoria? E quem será a sombra misteriosa? Isso só o tempo dirá. 

Este arco, se posso assim dizer, em que o Richard e a Ellie estão ao lado do Booker promete e muito, esperem e verão.

Pequeno grande atraso e otras cositas mas

Acho que deveria ter me explicado no começo, mas não consegui, não com o Lele pulando no capítulo todo. Dentre outras explicações, como uma prova que tive no fim de semana, algumas das imagens do capítulo não estavam prontas. É, sei que não são lá aquela coisa, mas é o que consigo improvisar, e eu precisava de uma ilustração para o Charmeleon, a trajetória dele é comovente. *.*

A última imagem, pelo que todos puderam notar, tem uma pequenina marca d'água bem no meio, mas tive que escolher essa mesmo, não tinha mais tempo e ela foi a melhor que achei, qualquer coisa é só clicar nela e serão direcionados para a fonte. Espero que tanto essa como a do Charmeleon tenham ficado boas, porque elas me deram um trabalhinho. ^^'

MAS, para os que ficaram chateados com o atraso do capítulo, tenho uma ótima notícia: um extra! Ele será postado na sexta-feira, mas seu conteúdo é surpresa. u.u Acho que vocês irão gostar, é... ops, esqueci, não posso dar spoilers. Detalhe que domingo um capítulo será postado normalmente, e também eu já estarei de férias! Isso quer dizer que posso colocar minha vida em dia, e o blog também, aguardem. ^^

PARABÉÉÉÉNS!

Art original by: All0412

Aee, seu Meganium malandro, eu não esqueci de você! X3

LordMeganium me foi apresentado pelo Thiago, da AeIL, pouco antes de eu fazer parte da Aliança, e logo de cara vi que ele não tem só clorofila na cabeça (mesmo parecendo, às vezes). Um dos maiores especialistas em Contests que já vi e amante de uma boa plantinha, além de manjar muito com política e, acima de tudo, um grande amigo camarada, sempre disposto a ajudar. Foi um que também teve seus contratempos com a história, mas já a recomeçou e sei que agora nada o para. Tive a oportunidade de dar os parabéns (ou quase) numa hora de domingo que consegui chegar perto do computador, e agora novamente, de uma forma mais formal e correta. ^^

Feliz aniversário fotossintético, e não se esqueça que você ainda precisa me dar aquela aulas de batalhas online. X3


E até mais galera!

Capítulo 6

Um Pequeno Grande Problema



Todos olhavam boquiabertos para o pequeno Pichu, que inflava o peito, encarando-os.

- Eu ouvi o que penso que ouvi? – indagava Richard.

- O que, eu? – perguntava o pequeno Pokémon.

- Nossa, um Pichu falante! – gritou Ellie agarrando-o – Você é mais fofo do que pensei, quero um para mim!

- Pi?! – retrucou Fabí.

- Me larga! – dizia debatendo-se – Faça ela me largar, por favor!

- Eu... não acredito, você fala! Mas como um Pokémon sabe falar? – perguntava pasmo.

- Peça para ela me soltar que eu explico.

- Ellie, por favor! – falou o menino, balançando a cabeça em sinal de negação.

- Tá bom. – retrucou, soltando-o.

- Obrigado... Oi Booker! – acenou para o senhor, que o olhava espantado.

- Você não sabia disso?

- Não! Eu já o ajudei, mas ele nunca falou para mim.

- Como você aprendeu a falar? Espera, por que você não falou comigo na floresta? – perguntava aproximando-se.

- Não disse nada porque não sou de falar muito, nem com qualquer um! Ou se esqueceu de que eu estava sendo perseguido? Mas aprendi a falar observando os humanos... e vocês são muito tagarelas!

- Por essa eu não esperava... – dizia Booker pasmo.

Todos observavam o pequeno Pokémon falante estáticos, impressionados. Já o Pokémon os observava com desdém, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.

- Por que veio atrás de mim? – perguntou Richard quebrando o silêncio.

- Porque quero ajudar, quero pegar os humanos que sumiram com os meus amigos, a minha família! – dizia impondo-se.

O garoto abaixou-se o máximo que pode, encarando-o nos olhos e perguntando:

- É brincadeira, não é?

Ele conseguira deixar o Pichu extremamente nervoso, que começou a faísca suas bochechas e o atacou com um fraco, mas dolorido raio.

- Acho que isso foi um Thundersock... – ria Ellie – Definitivamente não é brincadeira.

- Muito obrigado por me avisar... – dizia sarcasticamente, sentado no chão, todo chamuscado.

- Sei que sou capaz! – gritou.

- E o que pretende fazer?

- Ir atrás deles. Falo com alguns Pokémon que conheço e descubro onde estão rapidinho...

- Então por que precisa de minha ajuda?

- Porque você é forte! – respondeu, deixando Richard sem reação – Eu já vi... E querendo ou não preciso de ajuda, não vou conseguir sozinho. De que adianta eu encontrá-los se não conseguir salvá-los? Eu... quero me tornar forte também. – dizia entristecido.

O garoto, que ficou realmente comovido com a coragem e a ousadia daquele Pokémon, colocou sua mão sobre sua cabeça e o acariciou, o olhando com um leve e suave sorriso, o primeiro que Ellie via em sue rosto desde que o encontrara.

- E você vai, pode acreditar.

Ao ouvir isso, Pichu pulou em seu colo e começou a afagá-lo; sua expressão era de extrema felicidade.

- Muito obrigado, não vou decepcionar, eu prometo!

- Muito lindo, mas posso saber o motivo da súbita mudança de opinião?

- Porque eu sei como é, sei como ele se sente... Perder tudo o que lhe era mais importante de uma hora para outra e não poder fazer nada! – disse seriamente, com a cabeça baixa.

- Bem... você sabe tocar essa viola? – perguntou a garota ao Pokémon, disfarçando.

- Sei sim, e muito bem! Olha, eu vou... – parou ao puxar sua viola de suas costas e ver que ela estava quebrada, suspirando triste – Esqueci que ela quebrou...

- Que tal irmos até minha marcenaria em Cocona Village para concertá-la? – propôs Booker.

- Sério, você pode? Obrigado Booker, você e o melhor! – disse Pichu pulando em seu ombro.

- Então vamos Ukule...

- Lele! – interrompeu o senhor, que o olhou confuso – Meu nome é Lele, só Lele! E isso não é uma viola – falou encarando a garota – é um ukulele, o que é bem diferente!

- Tudo bem. – disseram em coro, entreolhando-se.

Todos então foram até um pequeno e simples cais, onde Booker tinha um barco ancorado.

Renbow Island não era longe de Dolce Island, mas mesmo assim a viagem era demasiadamente demorada, ainda mais naquele barco. A marcenaria do velho senhor também era no litoral da ilha: um sobrado simples, com um lugar reservado para guardar o barco e uma varanda; caminhando um pouco mais para o interior da ilha já era possível ver a cidade.

Logo que entraram na casa, um garoto que aparentava ter 10 anos veio correndo dos fundos do lugar, segurando algo que parecia uma bandana. Ele era moreno, de cabelos esverdeados e rosto sereno, alegre.


- Mestre, mestre, o que houve? Por que o senhor demorou tanto para voltar? – perguntava preocupado.

- Tive alguns imprevistos. – falo o senhor olhando para trás, onde Richard e Ellie estavam a observar o local, sendo seguidos pelo olhar do menino.

- Mestre, quem são eles?

- Não se lembra dele? – disse apontando para o garoto.

- Eu tinha que lembrar?

- Nossa, faz tanto tempo assim que não apareço aqui, pirralho? – perguntou o garoto bagunçando o cabelo do menino.

- Tio Rick! Há quanto tempo! – gritou abraçando-o.

- Já disse que não sou seu tio! – bravejou ao ver Ellie rir de sua situação.

- E quem é esse garotinho? – perguntou ela abaixando-se perto do menino, deixando-o envergonhado.

- M-meu nome é Nick... – disse tímido.

- Ele é meu aprendiz, mora aqui comigo há alguns anos.

- Nick! – gritou Pichu pulando no menino.

- Olá Lele, faz tempo que não te vejo.

- An... você não está surpreso ao vê-lo falar? – perguntou o senhor.

- Por que? Eu sempre brincava com ele quando nós íamos aos Heights, e eu o ajudei a aprender a falar. – disse tranquilamente deixando todos surpresos – Mas seu ukulele quebrou, o que aconteceu?

- É uma longa historia... você conserta?

- Concerto, mas tem um pequeno problema...

- Qual?

- Nossa cola acabou. Na verdade, o Mestre foi a Dolce Island para pegar mais.

- Eu disse que tive alguns imprevistos... – disse ele sem graça – Por que não vai buscar com Richard?

- Mas por que eu? – indagou.

- Vamos tio, por favor!

- Sim, por favor... – pedia Lele.

- Ah, tá bom – retrucou, vendo que era voto vencido – mas já disse pra parar de me chamar de tio!

- Eeeeeeeh! – festejaram.

- Eu vou ficar aqui mesmo, obrigada, no momento quero distância daquela ilha! – falou Ellie abraçando Fabí, que mostrou também não gostar da ideia de voltar.

- Podemos ir voando tio? Podemos, podemos?

- Tá, ta, pode ser, assim voltamos mais rápido... – retrucou, vendo o menino pular de alegria.

Então, nas costas de Flygon, Richard e Nick voaram de volta à Dolce Island, pousando perto da cabana de Booker.

- Flygon, fique aqui, caso precisemos de ajuda. – ordenou.

- Flaai! – falou posicionando-se.

Nick o guiou até onde eles pegavam a cola: um enorme tronco de árvore, oca por dentro, onde havia uma enorme quantidade de grude e seiva.

- Isso aí é a cola? – falou o garoto com certo receio.

- Também, é o principal ingrediente. – disse o menino se aproximando, mas então vários Sunkern’s apareceram repentinamente e começaram a atacá-lo – AAAAH! TIRA ELES DE MIM, TIRA ELES DE MIM, TIRAAA! – gritava esquivando-se.


Antes que Richard pudesse contra-atacar com qualquer Pokémon, um homem pulou em sua frente, apontando para os Pokémon o aparelho em seu pulso, chamando-lhes a atenção.

- Capture Styler ligado! – gritou e, com isso, um pequeno disco saiu do aparelho emitindo um traço de luz, que envolveu os enfurecidos Pokémon até que parassem de atacar, ficando calmos e amigáveis.

Os garotos olhavam o homem surpresos, mas Richard já tinha o visto: era Rand exercendo seu trabalho de Pokémon Ranger. Por sorte ele não havia o visto a alguns dias atrás, quando invadiu sua casa.

- Vocês estão bem? – perguntou ele.

- Acho que sim... – dizia Nick tremendo enquanto o garoto desviava o olhar.

- Bom, muito bom... Espera um pouco, o que vocês estão fazendo por aqui? – perguntou severamente.

- É que... nós viemos buscar cola, para o Mestre Booker... Eu sou Nick, seu aprendiz. – dizia com medo do enorme homem.

- Oh, claro, agora me lembro de você, quando fui na marcenaria do Booker. Meu nome é Rand, sou um dos Pokémon Rangers da região de Oblivia. Mas e você – disse virando-se para Richard, que agora o encarava – como se chama?

- Por que quer saber? Isso não te importa! – disse arrogantemente.

- E por que ser tão rude? O que custa?

- Vai tio, ele me ajudou. – disse Nick baixinho, olhando para ele agarrado em sua cintura.

- Ah, tudo bem... – reclamou – Meu nome é Richard – hesitou, vendo que ele esperava algo mais – ... Ferysen.

- Você! – dizia abismado – Então você é o famoso Richard Ferysen, filho de Samantha e Joseph Ferysen, os antigos Pokémon Rangers da região.

- Entendeu? – falou direcionado para Nick – Era por isso que ele não precisava saber quem eu sou.

- E por que não? A sua história e a de seus pais são conhecidas por todos, desde a Academia Ranger ao Ranger Union. Seus pais são uma lenda...

- Sim, uma lenda que já foi extinta! Vamos Nick, vamos embora. – disse puxando o menino.

- Espere! – falou correndo em direção aos dois – Por que você está dizendo isso? Eles foram heróis, devia se orgulhar disso.

Ao ouvir isso, Richard parou, serrando os punhos, com a cabeça baixa. Nick o olhava triste, ele também conhecia sua história e sabia o quão difícil seria para ele continuar a falar.

- E eu me orgulho... – falou baixo, evitando mostrar qualquer sentimento – Mas de que adianta? Eles estão mortos, e ninguém nunca fez nada para achar os culpados!

Rand então calou-se ao entender a situação. Os dois garotos continuaram sua caminhada rumo à cabana de Booker, deixando homem sozinho no meio da mata.

Nick dissera que precisava pegar alguns instrumentos na cabana, fazendo os dois entrarem, ainda com Flygon de guarda, porém:

- Você vai demorar muito? – perguntava Richard impaciente.

- Não, só preciso pegar...

- Flaaaaai! – gritava aflito o Pokémon, interrompendo-os.

- Flygon! – gritou o garoto, correndo para fora da cabana.

Quando chegou, vários Pinchers voavam em volta do Pokémon, que tentava os afastar enfurecido. Ao ver seu treinador, o impediu de continuar, batendo sua cauda no chão e levantando uma cortina de areia, apontando para a cabana:

- O que houve? – gritava.

- Flai, flaiigon!

- Aaaah!

Ao reconhecer que a voz era de Nick, Richard então correu novamente para lá, entrando e vendo que o mesmo rapaz da Teakwood Forest erguia o menino pelo colarinho.

- Você! – gritou – Largue ele agora!

- Se você diz... – ironizou, jogando o menino aos seus pés.

- O que é que você quer?

- Vim acabar com o que fui interrompido da última vez, não é Charmeleon?

O garoto espantou-se ao rever seu Pokémon, que estava muito diferente: seus olhos brilhavam vermelhos, furiosos, bufava muito e seu corpo estava maior e mais robusto, mais até do que é natural para a espécie. Ficava em posição de batalha, exibindo suas enormes garras, maiores do que antes, e sua cauda com uma forte chama queimando incessantemente.

 

- Nick, corra até o Flygon agora! – sussurrou.

- Mas tio... – dizia chorando.

- Agora!!! – gritou empurrando-o.

- Oh, que lindinho, vai proteger o moleque... você é mais patético do que eu imaginava! – zombava ele, provocando a ira do garoto – Hum... Acabe com ele.

Prevendo o que iria acontecer, Richard começou a correr, indo em direção a Nick, que já estava fora da cabana, sendo protegido pelo enorme Pokémon dragão. Com uma ira inexplicável, Charmeleon criou uma enorme bola de fogo e lançou na mesma direção em que o garoto corria, fazendo o lugar explodir sem que ele tivesse conseguido sair de lá, sendo arremessado longe. Com um olhar maligno em seu rosto, o rapaz chamou o Pokémon de volta, que sequer se feriu na explosão, voando para longe.

Flygon veio rápido ao socorro de seu mestre, que estava inconsciente, pegando ele e o menino e voando rapidamente para Renbow Island.

*****

- Rick, Rick acorda! Você está me ouvindo? – insistia Ellie batendo levemente em seu rosto.

- Pi! Pichu-pichuu!

- Ele vai ficar bem Mestre?

- Vai sim Nick, vai sim...

Richard agora estava na casa de Booker, num dos quartos. Continuava desmaiado ficando ferido por causa da explosão. Com os chaqualhões da garota ele pareceu começar a acordar:

- O que... – dizia com esforço.

- Você está bem? – perguntava ela aflita.

- Nick, onde ele...

- Ele está bem, Richard. – interrompia Booker aliviado – Mas e você? O que aconteceu?

- Aquele cara... o meu... Charmeleon... – sussurrou, desmaiando novamente.

- Richard! – gritou ela em desespero.

*****

Já era noite em Oblivia e Richard voltava a acordar. Sentia seu corpo dolorido e não conseguia se mexer facilmente. Seus braços tinham diversas ataduras, sua pele estava machucada, ralada, queimada, mas mesmo assim tentou levantar e sentar-se na cama, acordando Lele, que dormia ao seu lado:

- Gente, gente, ele acordou, ele acordou! – gritava feliz.

O garoto recolhia-se ao ouvir os berros do Pokémon, ainda meio atordoado, vendo que o quarto começou a se encher de pessoas. Lele pulava de um lado para o outro, sendo acompanhado por Nick e Booker o olhava aliviado, feliz em vê-lo bem. Enquanto o garoto tentava processar o que estava acontecendo, Ellie apareceu repentinamente na porta, seguida por Fabí, correndo em sua direção e pendurando-se em seu pescoço, abraçando-lhe fortemente.

- Pensei que você não ia mais acordar! – dizia feliz, com lágrimas nos olhos.

- Chuu!

- Ai, espera aí, isso dói... – disse sem jeito.

- Opa, desculpa. – falou sem graça, afastando-se.

- TIO RICK!!! – gritava Nick pulando em cima da cama, assustando-os – Você está bem, você está bem!

- Ai!! É sério, isso dói!

- Nick, por favor, não atrapalhe! Deixe ele descansar um pouco. – dizia Booker, fazendo o menino se acalmar.

- Você... está bem? – perguntou Ellie, segurando delicadamente em sua mão.

- Er, mais ou menos... meu corpo ainda está dolorido – disse desviando o olhar – mas como cheguei aqui? Não me lembro de muita coisa...

- Deveria agradecer ao Flygon. – explicava Booker – Ainda bem que ele sabe o que fazer em situações como essa... Foi ele quem trouxe você e o Nick; estava muito preocupado, principalmente com você.

- E onde ele está? – perguntou preocupado tentando se levantar, mas recuando por causa da dor.

- Calma, ele está bem, está lá no galpão. Mas agora é minha vez de perguntar o que aconteceu, porque pelo o que Nick me disse, minha cabana foi destruída, não é?

- Foi ele... Foi aquele cara! Ele acabou com tudo, até com meu Charmeleon... – disse cabisbaixo, serrando os punhos – Além de roubá-lo não sei como, o transforma num monstro! Mesmo depois do tanto que eu o ajudei, de tudo que fiz por ele...

- Como assim? – perguntou Ellie.

- Há certo tempo atrás – começou Booker a falar – Richard encontrou um Charmander ainda bebê, muito machucado... deve ter fugido de alguém e encontrado algumas confusões no caminho. Eu achava que não iria sobreviver, só que ele cuidou do pequeno Pokémon por semanas, sem descanso, até que ele ficasse bem, e não demorou muito para evoluir para Charmeleon, pois se mostrou ótimo em batalhas.

- Você ainda se lembra disso? Não sabia que fazia tanto tempo assim, eu ainda morava aqui, tinha saído a pouco tempo do orfanato.

- Eu me lembro de tudo Richard, de cada dia, cada detalhe. – falava serenamente, com um doce sorriso, confortando o garoto.

- Um dos melhores do meu time, acho que mais um pouco ele evoluiria de novo, mas de uns tempos para cá só o usava nas batalhas mais difíceis. Ele era... especial, diferente... era parte da família... – terminou baixo, mas sério, evitando demonstrar qualquer coisa.

Ellie ficou surpresa; não imaginava que os Pokémon eram tão importantes para ele, como Booker dissera, “Então é verdade, ele realmente se importa...” pensava ela com um sentimento de culpa por duvidar. Começou a entender seu modo de agir: que usava isso para se proteger dos outros, mas que não abandonara o que lhe era importante, de valor. Tentando amenizar seu sofrimento, ela o abraçou delicadamente, enquanto ele a olhou atônico.

- Não se preocupe, vamos pegá-lo de volta, nem que seja a última coisa que eu faça, eu prometo!

Richard não sabia como agir, não estava acostumado com atitudes como essa para com ele; todos o ignoravam e desprezavam por causa de seu comportamento estúpido, todos menos Booker e Nick, que eram as pessoas mais próximas que ele tinha. Ele se sentiu acolhido como quase nunca e há muito tempo não se sentia, ainda mais que por uma garota que apareceu do nada em sua vida e mudou sua rotina radicalmente.

- Você teve visitas, Rand passou por aqui para ver como você estava. – continuou o senhor – Ele ouviu a explosão na ilha, mas quando chegou no local Flygon estava levantando vôo. Disse que tem certeza que foi ato dos Pinchers, desde a explosão aos estranhos acontecimentos que andam acontecendo por toda a região... Ele teme de que esses bandidos tentem tirar nossa paz, planejando tomar o poder, como outros já tentaram há muito tempo.

- Aquele enxerido, fica bancando o herói, mas quando se precisa ele some! Pelo menos está certo sobre serem os Pinchers...

- Mestre, o que o senhor quer dizer com “de novo”?

- É uma longa história, longa demais para essa hora da noite. – disse se aproximando da porta – Bom, chega de conversa, está tarde e é hora de vocês descansarem. Vamos Nick, hora de dormir.

- Ah... tchau tio, e vê se melhora! – disse sorrindo ao acompanhar Booker

- Qual é, eu já disse que não sou seu tio! – reclamou sem graça.

- Ah, quase me esqueci... – continuou virando-se – Rand deixou um recado, disse que dois novos Pokémon Rangers vão vir para a região e um deles é conhecido seu, acho que um parente.

- Um parente? – perguntou surpreso.

- Isso mesmo mas ele não me disse o nome, talvez cheguem aqui semana que vem, e até lá vocês vão ficar aqui, repousando.

- Tá, tudo bem...

- Boa noite para vocês. – despediu-se fechando a porta.

- Eu vou dormir aqui com você. – dizia Lele enquanto pulava na cama, sentando-se ao lado do garoto.

- E você Ellie? – perguntou Richard, mas ela sequer respondeu, fitando seriamente a janela – Ellie, está me ouvindo?

- An, o que disse? – perguntou como se acordasse de um transe.

- Está tudo bem? Perguntei onde você vai dormir...

- Ah, claro só estava pensando...

- Hum, pensando em que? – perguntou curioso.

- N-nada de importante! Vou dormir aqui mesmo, já que não tem outro quarto... Boa noite. – terminou deitando-se rapidamente na cama ao lado.

Percebeu que Fabí a olhava preocupada, mas, mesmo achando sua reação estranha, virou para o lado oposto e voltou a deitar-se, pegando no sono rapidamente, “E depois não é estranha...”.

*****

Por mais que tentasse, Ellie não conseguia dormir. Pensamentos e lembranças de um passado sombrio fervilhavam em sua mente, deixando-a mais uma vez perturbada, porém sentiu-se ser cutucada por sua Pichu e uma voz baixa a chamando:

- Ei, ei, humana, moça... ah, não sei seu nome!

- O que?

- É ele – sussurrava o pequeno Pichu apontando para Richard – tem alguma coisa errada!

Ela então levanta e se aproxima do garoto, que remexia e sussurrava algo que não era possível entender. Tocou seus dedos em seu rosto e percebeu que estava tenso, suando frio e com o coração acelerado; se estava sonhando com alguma coisa, não era nada bom.

- O que está acontecendo com ele? – perguntou Lele preocupado.

- Essa não... – dizia aflita – acho que ele... descobriu!

Nesse instante Richard acorda e levanta assustado. Com a pouca luminosidade, demora a perceber a presença de alguém, acendendo o abajur e vendo Ellie o observando preocupada, junto a Lele. Ele abaixa a cabeça e tenta organizar seus pensamentos; seu olhar era assustado, como se tivesse desvendado um grande mistério, e talvez tinha.

- Agora tudo faz sentido... – sussurrou.

- O q-que faz... sentido? – perguntou temerosa.

- Foram eles... só pode ter sido eles, os Pinchers, que... mataram meus pais!

*****

- Bem, pelo menos os resultados dessa missão foram satisfatórios. – dizia aquele que era tratado como general, em meio às sombras, para os misteriosos rapazes. O rapaz se vangloriava e a moça sorria delicadamente.

- Obrigada senhor! – dizia feliz.

- Eu disse que seria um sucesso! – esnobava-se ele – Toda a Southern Beach e Heights foram vasculhadas, e para melhorar encontrei com um de nossos alvos e lhe dei, digamos, um presentinho... Acho que ele não vai se esquecer tão cedo de mim. – ria malevolamente.

- É, só que agora eles não serão mais seus alvos principais... vocês continuarão com as missões necessárias para o nosso glorioso projeto ser concluído.

- Mas por quê?! – indagavam.

- Porque tenho outra pessoa mais capaz e especificamente encarregada para isso. – disse apontando para a enorme porta, onde uma pessoa permanecia em pé, escorada no batente – Essa é nossa... arma secreta, e eu sei que conseguirá localizar, capturar e neutralizar nossos alvos, mas quero total e absoluta descrição, ou pagarão caro pela desobediência!

- Sim senhor! – disseram em coro, prestando continência e saindo da enorme sala escura.

- Muito bem – disse o homem para a misteriosa pessoa, que se aproximava – não vai se atrasar, você tem que causar uma boa impressão a todos... principalmente a eles!

- Pode deixar senhor, tudo ocorrerá perfeitamente dentro dos planos... – disse com um sorriso de canto, saindo da sala.






Notas da Autora
Capítulo 5 | Capítulo 7
Especial

Notas da Autora - Capítulo 5


Yeeeeei! ^^

Como vão pessoas lindas? Aproveitando o feriadão? Aqui em São Paulo é um FERIADÃO mesmo, já que está sendo desde quinta-feira (15) até hoje (20), ou seja, uma prévia das férias. XD

Pichu's, Pichu's, Pichu's que alegram minha vida! Se alguém estava sentindo falta do mascotinho do jogo, aqui temos em dose dupla! "Você gosta de Pichu's?" SIM, AMO AMO AMO AMO AMO! *U* Tirando toda a fofurice de lado, dá para ver mais um pouquinho desse lado durão da Ellie; vocês não estavam pensando que a protagonista seria uma menina que sempre precisa ser salva, né? Desculpem, mas meu lado feminista fala mais alto, então não consigo criar personagens femininas tão frágeis assim. Também pode-se notar que o Richard não é o cabeção que sempre aparenta, até porque Booker falou muito sobre seu jeito de ser. Esse senhor conhece o garoto a longa data, então vai nos ajudar em muitas coisas sobre ele que às vezes podem passar despercebidas, mas sim, esse garoto tende a ser muito complicado, fato visto neste capítulo, onde muda de atitude algumas várias vezes... é, é complicado até para mim explicar. :x

Curtiram as imagens retiradas diretamente do jogo? Não deixa as coisas mais realistas? Duvido que não ficaram com vontade de entrar na festa dos Pokémons da Dolce Island e de esganar cada um desses malditos Pinchers. Essa última cena, pode-se dizer que foi uma das minhas primeiras revoltas no jogo (é, eu não sou mesmo uma pessoa normal quando jogo, na verdade, nunca consigo ser normal ^^').

Se você prestou bem atenção no capítulo, pôde perceber algumas informações... curiosas. Falas, detalhes, coisas do tipo. Agora, o que cada um significa, é só se ligar no próximo capítulo que alguns deles já serão explicados.

Novidades na área

Sinto dizer, mas ainda não é do blog... pelo menos não deste blog. Johto, comandado pela Marina, teve um belíssimo recomeço! Se você ainda não conferiu o 1º capútulo, não perca tempo e corre lá!


E como já tinha falado antes, várias novidades pintariam pela Aliança, e aqui está mais uma delas: o recomeço de Kanto! Esse mês é o mês do recomeço, e bem sucedido ainda. Não deixe de dar um pulo lá e ler as palavras de nosso amigo fotossintético protetor de florestas e Pokémons planta LordMeganium.


Enquete

Dessa vez ela não deu erro, Aleluia! XD


A maioria parece preferir os lindos Dragões, yei! Eles são os 2º na minha lista de favoritos, 1º sempre e eternamente os tipo Fogo, a chama que me mantém vida, e em 3º os elétricos, depois disso vira uma guerra. ^^'

Estou preparando várias coisas legais para o blog, só peço mais um pouquinho de paciência, pois sei que vão gostar e muito dos meus projetos.

PS: se essa nota acabar saindo quarta de madrugada e não terça, ignorem, falha no engano. X3


Até mais galera!

Capítulo 5

Problemas em Dolce Island
Parte 2



- Ellie, espera! – gritava Richard, mas a garota corria sem olhar para trás.

Nenhum deles entendia o porquê do desespero dela, mas parecia estar cega, correndo desesperadamente. Ela só parou quando tropeçou em uma rocha na beira da praia e rolando alguns metros. Os dois foram, então, ao seu socorro; ela aparentava ainda estar debilitada, mesmo tendo repousado nos últimos dias. Seu olhar era de puro medo, estava tão assustada quanto na noite anterior.

- Ei, espere, mocinha! – esforçava-se Booker ao falar, enquanto corria.

- O que é que está acontecendo?! – perguntou o garoto..

- E-eles conseguiram me encontrar? Como?! Será que meu sonho...

- “Eles” quem, por amor de Arceus! – falou ajudando-a a levantar.

- Meu pé... – dizia com dor, sentando-se novamente – acho que torci. Não acredito, que sorte a minha... fujo de um bando de Pinchers e machuco o pé tropeçando em uma pedrinha idiota. – bravejou baixo.

- Eu te ajudo a ir até a cabana. – falou Richard, estendendo sua mão, mas ela virou a cara.

- Não preciso de ajuda!

- Ah, precisa sim! – terminou puxando e escorando-a em seu braço – Você já me ajudou, agora é minha vez.

Todos ali ficaram surpresos com sua atitude, até Flay, que vive com o garoto desde que os dois eram pequenos e presenciara suas mudanças com a morte de seus pais, estranhou seu jeito. Ele sempre agia por impulso, falava sem pensar e não se importava com mais ninguém, sendo quase sempre rude e arrogante. Ellie ficou corada, olhando fundo sem seus olhos e aceitando sua ajuda; por mais que ela negasse, conseguia ser mais orgulhosa e imprudente que Richard.

Voltando à cabana e Booker colocou ataduras no pé da garota, que continuava inquieta com a ideia de a terem encontrado.

- Eu vou ver quem ou o que está fazendo isso. – disse Richard.

- Não, pode ser perigoso. – impediu Booker.

- E se eles estiverem atrás de mim, ou de você? – questionou Ellie.

- Seja lá quem esses “eles” sejam, se bem que já tenho uma suspeita, alguém tem que ir ver o que está acontecendo.

- Então ou vou junto. – respondeu ela, levantando-se com dificuldade.

- Você deu um mau jeito no pé ou na cabeça? Como vai me seguir assim?

- Já disse para não me subestimar. – desafiou, empurrando-o levemente.

- Mesmo assim, você não vai conseguir caminhar por muito tempo com o pé machucado. – falou virando-se para Booker – Você pode ficar com ela aqui?

- Tenho escolha? – riu.

Richard então foi em direção a porta, acompanhado pelos outros dois. Ellie estava emburrada por não poder ir, mesmo entendendo os motivos. Quando abriram a porta, tiveram uma curiosa surpresa: um engraçado pássaro branco e azul, parecido com uma gaivota, voava desengonçadamente, tentando derrubar um pequeno Pokémon de suas costas.

- Piiiiiii! – gritava alegre a pequena Pokémon rato amarelo e preto, que tinha uma colorida pena em uma de suas orelhas.


- Fabí! – respondeu Ellie, andando com dificuldades, porém apressadamente, até a praia e segurando a Pokémon, que pulara do Wingull, abraçando-a com força – Ah, que saudades de você, sua malandrinha!

- Você pode me explicar o que é isso? – perguntou o garoto, confuso.

- Calma, calma, esta aqui é a minha melhor, se não uma das únicas amigas que tenho, além de ser a Pichu mais esperta e corajosa do mundo. Te apresento a Fabí! – respondeu estendendo a Pokémon em suas mãos – Foi ela quem me fez ter a paixão por Pokémon elétricos.

- Chu!!! – grunhia feliz, soltando faíscas de suas bochechas rosadas.

“Fabí?! Que estranho, parece... não não, é impossível... ou não? Será?”

- E por que essa pequena estava nas costas de um Wingull?

- Antes de te encontrar, estávamos fugindo de alguns Pinchers e nos dividimos para despistá-los, mas acabamos nos perdendo. Mas isso não foi a primeira vez e nós sempre nos encontramos de novo.

- Como?

- Dando um jeito, é claro! Essa Pichu é o Pokémon mais inteligente que existe, sempre se vira sozinha. – continuou, afagando e acariciando-a.

Pichu pulou do colo da garota pra o ombro de Richard, esfregando-se nele e depois pulou para o chão, começando a pular, dançar e sinalizar, deixando-os muito confusos, menos Ellie, que sabia exatamente o que ela queria dizer:

- O que ela está fazendo? – perguntavam confusos.

- Espera um pouco. – respondeu ela, concentrando-se nos gestos que sua Pokémon fazia.

- É brincadeira, não é? Você está entendendo o que ela quer dizer? – brincou Richard, calando-se ao ver a cara que ela fez – Tudo bem, fico quieto.

- Ela os viu... – respondeu pálida.

- Viu quem?

- Eles... os Pinchers!

*****

Antes da explosão, não muito longe dali, vários Pokémon saiam de suas tocas depois de dias escondidos do enorme temporal que caíra naquela ilha. Pidgey’s e Starly’s voavam alegres e Bulbasaur’s colocavam suas sementes ao sol. No meio disso, um grande bando de Pichu’s cria uma enorme bagunça, estando felizes com o sol que brilhava. Em meio ao caos, um som atrai a atenção de todos os Pokémon:

Twaaaang

- Bulba “O que é isso”?

- Mareee “É tão lindo”!

De trás de alguns arbustos sai um pequeno Pokémon amarelo, com detalhes em preto, grandes orelhas, bochechas rosadas e uma cauda parecida com um raio. Ele segurava uma pequena viola azul, que estava eletrizada enquanto tocava.


- Chuuuuu! – cantarolava contente.

- Piiiii pichu “Pessoal, é o Ukulele”! – gritou um dos Pichu’s, ao ver um parente e amigo seu.

Com isso, todos se aproximaram do Pichu músico para cantar, dançar e festejar. Não tinham tantos motivos, mas estavam felizes, juntos, e isso bastava para eles. 


Porém um estrondo foi ouvido e um enorme Ursaring passa correndo ali, acompanhado do um Teddiursa, vindo de onde se ouviu a explosão.

- Graaaaaw “Corram”!

- Ted teeeee “Salvem suas vidas”!

- Pichu “O que houve”?

- Graaaaaaaaw “Humanos”!!!

E o caos voltou a se instalar, pois humanos eram raros na ilha, e para terem deixado Ursaring tão assustado, não eram nada bons.

De repente, algo começou a sobrevoá-los, algo que não era os Pokémon pássaros de antes, mas sim humanos uniformizados, vários deles, que começaram a atacar todos os Pokémon. Eles apontavam suas mãos e delas saíam ondas arroxeadas que fazia com que eles desaparecessem no ar. 


Todos entraram em pânico e começaram a correr em todas as direções; os Pichu’s esconderam-se em um tronco oco de árvore, mas foram descobertos, sendo pegos um a um, até sobrar o Pichu músico que, com a ajuda de sua viola, atacou e fugiu desesperadamente, depois sendo seguido.

*****

Depois de muita insistência e bate boca, Richard vai atrás dos até então supostos “Pinchers”, ao lado da Pichu de Ellie. Mesmo ainda sendo cedo, ele estranhou o fato de a floresta estar deserta, silenciosa, sem nenhum Pokémon a vista, “Será que era isso que ela queria dizer com ouvir, ou escutar... ah, sei lá”. Caminhando por cerca de uma hora, encontrou o mais provável local da explosão, pois arbustos estavam queimados e galhos caídos. Enquanto investigava o local, ouviu vozes e pequenos estrondos vindos de não muito longe dali. Ele esgueirou-se para ver o que era, mas foi surpreendido quando um Pokémon foi jogado em si: um pequeno Pichu, que segurava uma pequena viola. “Mas o que...” pensou, porém teve seu pensamento interrompido quando sentiu um leve, mas dolorido choque, pois o Pichu levantara-se e estava em posição de batalha, machucado e muito assustado, encarando Richard com raiva.

- Ei, calma aê! – disse levantando-se.

- Piiiiii – grunhiu com raiva, soltando faíscas para todos os lados.

- Pi-pichu pichu-pichu! – grunhia a Pichu no ombro do garoto, sinalizando para o enfurecido Pokémon.

O Pichu atacava incessantemente e Richard tentava entender de onde vinha tanta fúria. O Pokémon só parou quando um homem uniformizado, em cima de um flutuador, apareceu em meio aos arbustos. Ao vê-lo, o garoto reconheceu quase que imediatamente aquele uniforme:

- Ei, parado aí! – gritou aproximando-se – Obrigado por parar esse Pichu.

- An, de nada? – dizia olhando para o enorme Ursaring ao lado do homem. O Pokémon urso estava nervoso e seus olhos estavam vermelhos e brilhando, o que o fez lembrar-se de seu Charmeleon – “Então realmente são os Pincher!”


- Vamos, Pichu, hora de ir com os outros. – falou apontando seu braço com um estranho dispositivo para o Pokémon, que correu assustado, sendo barrado pelo enorme Ursaring.

Pichu tentava se comunicar com Ursaring, mas era em vão, ele não parecia ouvir, e em uma última tentativa, começou a tocar. Todos ali, humanos e Pokémon, pararam e ouviram o melodioso som, ficando hipnotizados. Ursaring agora parecia relutar consigo mesmo, despertando o desespero do homem.

- Pare, Ursaring! – advertiu o homem.

- O que houve com ele?

- Er... nada! Ele só não gosta de música. – disfarçou – Agora me passe esse Pichu!

- Por quê? – desafiou Richard, dando alguns passos para perto do pequeno Pokémon.

- Porque sim! Ursaring, acabe com ele!

O enorme Pokémon foi para cima de Pichu, arremessando-o em uma árvore, quebrando sua viola com o impacto. Ele olhou frustrado e desesperado para seu instrumento, tentando tocá-lo novamente, mas sem sucesso.

Impaciente, o garoto chama Flay, que com um Hyper Beam, joga Ursaring para trás.

- O que pensa que está fazendo?!

- Se esse Pichu não quer ir com você, ele não é obrigado! – se impôs, socorrendo o Pichu, que o olhava confuso.

Vendo que estava em desvantagem, fugiu, sendo seguido por Ursaring.

Ainda assustado, o misterioso Pichu pulou do colo de Richard tentando fugir, mas estava muito machucado, caindo exausto no chão. O garoto sentou-se ao seu lado, colocando-o em seu colo e pegando um frasco spray roxo de sua mochila, porém o Pokémon se afastava cada vez mais.

- Acho que você não gosta muito de pessoas, né? Bem, se for por causa daquele cara, você tem motivo...

- Pi?

- Quer saber de uma coisa, também não gosto muito de pessoas, principalmente como ele, e é por disso que estou indo atrás desses caras. – disse. Flay estava agora ao lado de Richard, com a Pichu em suas costas. Ele fez uma pausa, observando-o e erguendo o frasco em sua mão, mostrando ao Pokémon – Olha, isso aqui pode arder só um pouco, mas vai te ajudar bastante.


Ele tentava usar a potion, mas o pequenino se esquivava; seus olhos estavam cheios de lágrimas, seu semblante era de pavor enquanto segurava sua viola quebrada. Quando viu que não conseguiria escapar, fechou os olhos e se encolheu, sentindo o leve spray do medicamento. Sentiu então seus machucados serem curados e sua saúde revigorada.

O pequeno agora olhava nos olhos do garoto, que se levantou e começou a andar em direção a praia.

- Se cuide! – disse de costas, acenando com o braço, com Flay ao seu lado e a Pichu em seu ombro, que também acenava.

- Pi... – grunhiu baixinho, ficando sozinho em meio à mata.

*****

Ellie olhava atenta pela janela com Togetic ao seu lado, preocupada, e Booker percebera isso.

- Que correria, não? – perguntou aproximando-se.

- Já estou acostumada com isso... – respondeu ainda fitando a janela – Espero que ele cuide direito da Fabí.

- Ora, não se preocupe! Richard pode até parecer orgulhoso, ou arrogante, mas é um bom garoto. Nunca deixa que seus amigos se machuquem... Bom, pelo menos até ao ocorrido na Teakwood Forest. – suspirou.

- Como assim? – falou virando-se.

- Provavelmente você não se lembra, mas aconteceu algo lá que o abalou, mesmo sendo impossível notar.

- E o que seria?

- Seu Charmeleon... Ele me disse que o Pokémon agiu estranhamente, e que não conseguiu pegá-lo de volta.

-Eu lembro, vagamente, mas lembro. Mas pensei que ele não se importava com os Pokémon.

- Pelo contrário, querida, ele se importa e muito, só não consegue demonstrar isso.

- Por que? – perguntou cada vez mais curiosa.

- Vejo que aticei sua curiosidade... Bem, você sabe que os pais de Richard eram Pokémon Rangers, não é?

- Sim, já ouvi falar... Na verdade, a história deles é conhecida por todos os habitantes da região.

- Então, eu os conhecia... Ótimas pessoas, sempre cuidado de todos, pessoas e Pokémon, sendo ele pequenino ou imenso, e isso o fez amá-los desde pequeno. Mas o destino não guardava nada de bom para ele. Com a trágica morte se seus pais acabou indo para o orfanato, já que nenhum parente morava por aqui, e com isso ele acabou se revoltando com a solidão, se fechando para o mundo, tendo só a companhia de seus Pokémon, considerando-os como a única família que tem. Ele é como uma pedra bruta que, se bem lapidada, se mostrará um belo diamante. Mas ele anda me surpreendendo... ele faz isso de vez em quando.

- Puxa, e-eu nunca tinha ouvido isso, não vi as coisas por esse lado. – disse um tanto sem graça.

- Sei que sua vida não tem sido fácil, mas é como eu digo: Dê tempo ao tempo.

Ellie voltou a fitar a janela, pensando em tudo o que ouviu, que já viu, já passou, já sentiu, quando viu a silhueta e Richard de longe, na praia. Ela correu para fora, recebendo a Pichu em seus braços.

- Oi para você também – retrucou irônico.

- E então, o que descobriu?

- Ah sim, claro, estou bem, não aconteceu nada de mais! – falava encarando-a, que retribuiu com um sorriso – Bom, se quer saber, não muita coisa, mas... – teve sua fala interrompida quando ouviu um grunhido ao longe.

- Piiiii – gritava um Pichu, correndo em sua direção.

-Essa não... – sussurrou.

- Awn, que gracinha! Um Pichu com um violãozinho! – disse ela tentando acariciá-lo, assustando Richard com sua repentina reação.

- Eu conheço esse Pichu – dizia Booker – o chamo de Ukulele Pichu por causa do seu ukulele, ou o “violão”. Fui eu quem o fez para ele quando o vi tocando as vinhas de um Bulbasaur. – riu – Mas ele está quebrado, o que aconteceu?

O Pokémon pulava de um lado para o outro, acenando para Richard, que tentava se afastar discretamente.

- Você o ajudou, não foi? – perguntava sabiamente o senhor, com um sorriso de canto.

- Isso é problema meu! – dizia meio sem graça, vendo a cara se surpresa estampada no rosto de Ellie

- Ajudou? Você?! Olha, por essa eu não esperava... – falava Ellie, surpresa e ao mesmo tempo tentando segurar o riso – Mas ele pareceu gostar de você.

- Só que eu não quero nenhum Pokémon elétrico.

- Chuuuuu... – grunhia, com seus olhos grandes e brilhando.

- Pode esquecer essa cara de pidão! – bravejou, vendo que ele deu uns passos para trás, assustado – Olha, você é um carinha legal – disse mais suavemente, abaixando-se – só que já tenho meus Pokémon, e não quero por mais ninguém em perigo. – falava tentando consolá-lo, sendo observado por Ellie, que não escondia sua surpresa ao ver a reação do garoto.

“Ele realmente se importa...” pensou ela.

- Se quiser, pode ir com ela, já tem até uma amiguinha pra você. – terminou o garoto, apontando para ela, que voltou a prestar atenção no que estava acontecendo ali.

- Chu! – balançava a cabeça negativamente.

- Então me desculpe – disse levantando-se – não posso fazer nada.

Pichu pulava e gritava, mas o garoto caminhava firmemente para a porta da cabana. Vendo que não tinham o que fazer, Booker e Ellie o acompanhavam, deixando o Pokémon para trás, vermelho de raiva. Booker sabia o porquê daquela decisão, mas Ellie ficava cada vez mais confusa, “Ele primeiro ajuda, se preocupa, para depois largá-lo por ai, à própria sorte? Mas o que há de errado com esse garoto?”.

Quando estavam quase dentro da cabana, ouviram algo que os surpreendeu e assustou ao mesmo tempo:

- Será que eu preciso atacar todos os humanos que vir para eles entenderem o que quero?!





Notas da Autora
Capítulo 4 | Capítulo 6

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